ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL E CONSUMO DE OXIGÊNIO EM CARDIOPATAS
Resumo
As doenças cardiovasculares (DCVs) são consideradas a principal causa da incapacidade funcional, da redução de consumo de oxigênio, bem como da diminuição da qualidade de vida. Muitas vezes os pacientes portadores de DVCs são submetidos a tratamentos cirúrgicos o que pode acentuar estas incapacidades e desenvolver sintomas de depressão e/ou ansiedade. Avaliar a capacidade funcional e o consumo de oxigênio estimado indiretamente em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, bem como o nível de ansiedade e depressão destes. Estudo de casos, com amostragem de conveniência, incluiu pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca (CC) há 10 dias e ingressantes no programa de reabilitação cardíaca. Variáveis analisadas pré e pós-CC: capacidade funcional e consumo de oxigênio (VO2), pelo questionário de Duke Activity Status Index (DASI) que é composto por 12 itens envolvendo as atividades de vida diária, em que cada item representa uma pontuação baseada no gasto metabólico de cada atividade; Depressão e Ansiedade pelo Inventário de Beck, é um questionário de auto-relato com 21 questões de múltipla escolha, utilizada para avaliar a severidade da ansiedade e os episódios depressivos. Para rejeitar a hipótese nula foi utilizado teste T de Student independente e pareado. Foi considerado significativo p<0,05. Compuseram o estudo 20 pacientes, predomínio do sexo masculino 14 (70,0%), média de idade 62,3±10,6 anos, Índice de Massa Corporal 25,8±3,7 Kg/m2. Destes, 14 (77,8%) apresentaram grau mínimo de depressão e 4 (22,2%) grau moderado de depressão pós-CC e ansiedade 10 (55,6%) grau mínimo, 6 (33,3%) ansiedade leve e 2 (11,1%) ansiedade moderada. Ressaltamos que 11 (60%) realizaram troca de valvar 7 (35%) realizaram revascularização do miocárdio (CRM) e 2(5%) outras intervenções. Encontramos uma redução significativa do DASI [pré-CC 20,3±14,1 vs DASI pós-CC 11,6±6,0 (p=0,017)] e do VO2 no pós-CC [pré-CC 18,3±6,0 vs VO2 pós-CC 14,6± 2,5 mL. kg-p. min- m(p=0,017)]. Identificamos nos pacientes que realizaram troca de valvar uma piora significativa do DASI [pré-CC 22,2±4,7 vs pós-CC 10,0±6,1 (p=0,029)] e do VO2 [pré-CC 19,1±2,0 vs pós-CC 13,9±0,6 (p=0,029)], resultado este também encontrado nos homens [DASI pré-CC 24,1±4,0 vs pós-CC 11,9±1,6 (p=0,015); VO2 pré-CC 19,9±1,7 vs pós-CC 14,7±2,6 (p=0,015)]. Ao estratificarmos os pacientes homens que realizaram troca valvar encontramos uma piora significativa pós-CC, tanto no DASI [pré-CC 29,0±6,1 vs pós-CC 11,2±2,6 (p=0,039)] quanto no VO2 [pré-CC 22,0±2,6 vs pós-CC 14,4±3,0 (p=0,039)]. Os pacientes com depressão mínima, pós troca valvar apresentaram uma redução significativa do DASI [pré-CC 27,0±5,7 vs pós-CC 10,3±2,4 (p=0,026)] e do VO2 [pré-CC 21,2±2,4 vs pós-CC 14,0±1,0 (p=0,026)]. Pacientes pós-CC apresentam piora da capacidade funcional e do VO2 estimado, sendo estas alterações mais expressivas em homens após troca valvar e com sintomas de depressão.
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