ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL E CONSUMO DE OXIGÊNIO EM CARDIOPATAS

Guilherme Dionir Back, Elisabete Antunes San Martin, Cássia da Luz Goulart, Válber Lopes, Leticia Lima, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


As doenças cardiovasculares (DCVs) são consideradas a principal causa da incapacidade funcional, da redução de consumo de oxigênio, bem como da diminuição da qualidade de vida. Muitas vezes os pacientes portadores de DVCs são submetidos a tratamentos cirúrgicos o que pode acentuar estas incapacidades e desenvolver sintomas de depressão e/ou ansiedade. Avaliar a capacidade funcional e o consumo de oxigênio estimado indiretamente em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, bem como o nível de ansiedade e depressão destes. Estudo de casos, com amostragem de conveniência, incluiu pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca (CC) há 10 dias e ingressantes no programa de reabilitação cardíaca. Variáveis analisadas pré e pós-CC: capacidade funcional e consumo de oxigênio (VO2), pelo questionário de Duke Activity Status Index (DASI) que é composto por 12 itens envolvendo as atividades de vida diária, em que cada item representa uma pontuação baseada no gasto metabólico de cada atividade; Depressão e Ansiedade pelo Inventário de Beck, é um questionário de auto-relato com 21 questões de múltipla escolha, utilizada para avaliar a severidade da ansiedade e os episódios depressivos. Para rejeitar a hipótese nula foi utilizado teste T de Student independente e pareado. Foi considerado significativo p<0,05. Compuseram o estudo 20 pacientes, predomínio do sexo masculino 14 (70,0%), média de idade 62,3±10,6 anos, Índice de Massa Corporal 25,8±3,7 Kg/m2. Destes, 14 (77,8%) apresentaram grau mínimo de depressão e 4 (22,2%) grau moderado de depressão pós-CC e ansiedade 10 (55,6%) grau mínimo, 6 (33,3%) ansiedade leve e 2 (11,1%) ansiedade moderada. Ressaltamos que 11 (60%) realizaram troca de valvar 7 (35%) realizaram revascularização do miocárdio (CRM) e 2(5%) outras intervenções. Encontramos uma redução significativa do DASI [pré-CC 20,3±14,1 vs DASI pós-CC 11,6±6,0 (p=0,017)] e do VO2 no pós-CC [pré-CC 18,3±6,0 vs VO2 pós-CC 14,6± 2,5 mL. kg-p. min- m(p=0,017)]. Identificamos nos pacientes que realizaram troca de valvar uma piora significativa do DASI [pré-CC 22,2±4,7 vs pós-CC 10,0±6,1 (p=0,029)] e do VO2 [pré-CC 19,1±2,0 vs pós-CC 13,9±0,6 (p=0,029)], resultado este também encontrado nos homens [DASI pré-CC 24,1±4,0 vs pós-CC 11,9±1,6 (p=0,015); VO2 pré-CC 19,9±1,7 vs pós-CC 14,7±2,6 (p=0,015)]. Ao estratificarmos os pacientes homens que realizaram troca valvar encontramos uma piora significativa pós-CC, tanto no DASI [pré-CC 29,0±6,1 vs pós-CC 11,2±2,6 (p=0,039)] quanto no VO2 [pré-CC  22,0±2,6 vs pós-CC 14,4±3,0 (p=0,039)]. Os pacientes com depressão mínima, pós troca valvar apresentaram uma redução significativa do DASI [pré-CC 27,0±5,7 vs pós-CC 10,3±2,4 (p=0,026)] e do VO2 [pré-CC  21,2±2,4 vs pós-CC 14,0±1,0 (p=0,026)]. Pacientes pós-CC apresentam piora da capacidade funcional e do VO2 estimado, sendo estas alterações mais expressivas em homens após troca valvar e com sintomas de depressão.


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