CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE COMO FERRAMENTA NA IDENTIFICAÇÃO DA FUNCIONALIDADE: REVISÃO SISTEMÁTICA

Cassio Henrique Zuge, Sabrina Souza, Julia Cabral Gassen, Margarida Mayer, Tania Cristina Fleig

Resumo


A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF) traz um modelo sobre como se deve pensar a funcionalidade e a incapacidade, baseando-se na junção de dois modelos dicotômicos: o de interesse na deficiência, modelo biomédico, e o interesse social, modelo biopsicossocial. Há a proposição para o olhar ampliado diante dos fatores ambientais e pessoais, compreendendo o impacto sobre a funcionalidade e a incapacidade do sujeito. Os core sets da ICF são conjuntos de categorias que descrevem a funcionalidade de pessoas com determinadas condições de saúde. Foram propostos em consenso com representantes multiprofissionais revistos internacionalmente, permitindo avaliar os aspectos contemplados em outros instrumentos de avaliação funcional. O objetivo do estudo foi realizar uma revisão sistemática de estudos que utilizam a ICF na mensuração dos problemas mais comuns à funcionalidade de populações específicas. O estudo trata-se de uma revisão sistemática, sem meta-análise, do período de 2010 a 2015, sobre a ICF, nos processos de avaliação do perfil funcional. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais: LILACS, SciELO e PubMed, utilizando os seguintes descritores: "Classificação Internacional de Funcionalidade" e "CIF"; "International Classification of Functionining" e "ICF". A análise inicial dos títulos e resumos foi de forma independente por dois bolsistas pesquisadores, destes foram selecionados os artigos para a etapa de leitura na íntegra e segunda análise. Foram identificados nas bases de dados 1057 artigos. Sendo que, 87 artigos se enquadravam nos critérios da pesquisa, para a leitura do texto completo. Sob análise, os estudos foram classificados e divididos em três grupos, Grupo A (n = 44), Grupo B (n = 33) e Grupo C (n = 10), sendo que no grupo B integram os artigos mais pertinentes ao objetivo principal, utilizando a ICF de maneira direta, e no grupo B e C os artigos que utilizavam a ICF de maneira indireta. Foram excluídos 77 artigos e incluídos na revisão o total de 10 artigos. Nestes, constavam dois na área de neurologia, dois na musculoesquelética, dois na reumatologia, dois na oncologia, um para a cardiologia; o último não representa área definível. Oito estudos de delineamento observacional transversal, um observacional não especificado e outro não especificado. Todos utilizaram a coleta de dados através de entrevista direta com os pacientes. Seis utilizaram Checklist e quatro utilizaram Core Set. Entre as populações foram reconhecidas, nos artigos, as disfunções identificadas por trauma crânio encefálico, dor no ombro, distúrbio do sono, pós-operatório de cirurgia cardíaca, lombalgia, câncer de mama, contraturas articulares, câncer cerebral, lesão medular e osteoartrite. Com o emprego da ICF, é possível mensurar os problemas de saúde mais comuns de uma população, sendo esta, uma importante ferramenta a ser integrada no processo de raciocínio clínico, visando a tomada de decisões para promover eficientes resultados em abordagens interdisciplinares, independentemente do nível de atenção em saúde.

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