PERFIL DE FUNCIONALIDADE NA ÁREA MUSCULOESQUELÉTICA A PARTIR DO MODELO BIOPSICOSSOCIAL DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE
Resumo
Os modelos teóricos dominantes para resultados em saúde, em consequência da doença, têm sido desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde. A versão mais recente, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF) baseia-se num modelo biopsicossocial, e apresenta uma linguagem globalmente aceita para a comunicação sobre a funcionalidade, o que implica a consideração para a função do corpo, a autonomia do sujeito e o engajamento em sociedade. O objetivo deste trabalho foi conhecer os estudos que validam a ICF no processo de avaliação, classificando a funcionalidade de sujeitos assistidos na área musculoesquelética. A revisão narrativa sobre estudos que utilizaram a ICF para classificação de funcionalidade de sujeitos assistidos no processo de intervenção musculoesquelética exclusivamente. O período eleito abrangeu 2010 a 2015. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais: LILACS, SciELO e PubMed, utilizando os seguintes descritores: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; CIF; ICF e musculoesquelética; International Classification of Functionining; ICF; ICF and musculoskeletal. A análise inicial dos títulos e resumos foi feita de forma independente por três bolsistas pesquisadores. Destes, foram selecionados os artigos para a etapa de leitura na íntegra e segunda análise. Na busca às bases de dados foram incluídos apenas os artigos que se encontravam disponíveis na íntegra, considerando como critérios de inclusão as publicações científicas que apresentaram a ICF como ferramenta para o perfil de funcionalidade referidos a partir dos componentes função e estrutura do corpo, atividade e participação, e fatores ambientais. Dos 88 artigos que foram selecionados para a leitura na íntegra, passando pela etapa de análise, resultaram 30 artigos que correspondem aos objetivos quanto à aplicação da ICF, mencionando os componentes. Com o predomínio de 14 estudos relacionados à reumatologia, apresentando 85,7% função do corpo, 71,4% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 64% fatores ambientais. Nos 12 estudos relacionados a traumato ortopedia, com 100% função do corpo, 83,3% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 75% fatores ambientais. Para os 04 estudos na geriatria, verifica-se 100% função do corpo, 50% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 100% fatores ambientais. Para o componente que trata dos fatores pessoais verifica-se que ainda são insuficientes as abordagens para considerar a relevância nos estudos revisados. Com base nos textos analisados da área musculoesquelética pode-se concluir que há predomínio no componente atividade e participação (100%), tendo explicitado a percepção para a autonomia do sujeito quanto ao seu envolvimento nas situações de vida e relações sociais. Dos aspectos negativos da avaliação, ou seja, da deficiência, há domínio para a relação dos componentes da ICF com a disfunção avaliada, resultando para componentes de função do corpo (93,3%) e estrutura do corpo (73,3%). Os fatores ambientais (73,3%) relacionados numa análise global suportarão o desempenho esperado no processo de reabilitação, bem como, podem dar garantias de elucidação das barreiras que porventura impedem ou limitam a progressão dos processos de reabilitação na área da musculoesquelética.
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