PREVALÊNCIA DOS DIFERENTES TIPOS DE LESÕES CERVICO-VAGINAIS EM MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME PAPANICOLAU EM UM LABORATÓRIO DE SANTA CRUZ DO SUL

Isabela Dorneles Pasa, Lara de Matos, Jane Dagmar Pollo Renner

Resumo


A infecção genital pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é a mais frequente causa de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com o vírus até os 50 anos, sendo que as infectadas poderão apresentar lesões benignas, malignas (oncogênicas) ou permanecerem assintomáticas. As lesões pré-cancerosas e o carcinoma escamoso se desenvolvem na zona de transformação dos epitélios, que engloba a junção escamocolunar (JEC), portanto é muito importante que esta seja abrangida na realização do exame papanicolau. O objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência dos diferentes tipos de lesões de colo uterino e traçar o perfil epidemiológico das pacientes que apresentaram lesões na análise de citopatológico de colo uterino em um laboratório. Foi realizado um estudo restrospectivo, descritivo, transversal e observacional com 12.407 pacientes, cujos dados referentes aos exames citopatológicos de colo uterino foram averiguados no Laboratório Santa Cruz, na cidade de Santa Cruz do Sul, região central do Estado do RS, no período de 2014 a 2015. 66 pacientes apresentaram lesões, com a idade média de 39,2 (DP=14,96), sendo que 2 encontravam-se na faixa etária inferior a 18 anos, 11 entre 19 e 26 anos, 20 entre 27 e 35 anos e 33 superior a 36 anos. Das coletas realizadas nas pacientes com lesões, 8 consistem apenas em epitélio escamoso, nas quais foram encontradas 3 atipias de significado indeterminado (2 possivelmente não neoplásicas e 1 na qual não se pode afastar lesão de alto grau) e 5 de significado determinado (3 são lesões intraepiteliais de alto grau - LIAG - e 2 de baixo grau - LIBG); 48 em escamoso e glandular, nas quais 12 apresentavam atipias de significado indeterminado (8 possivelmente não neoplásicas e 4 nas quais não se pode afastar lesão de alto grau) e 36 tem significado determinado (4 LIBG, 17 de LIAG sem microinvasão, 5 LIAG sem poder excluir microinvasão e 2 adenocarcinomas in situ); e 10 em escamoso, glandular e metaplásico, nas quais 2 continham atipias de significado indeterminado (ambas possivelmente não neoplásicas) e 8 de significado determinado (5 são LIBG, 2 LIAG sem microinvasão e 1 LIAG no qual não se pode afastar microinvasão). Em relação à amostra analisada, a lesão que apresentou maior prevalência foi do tipo LIAG sem microinvasão (28,78%), detectada principalmente nas coletas que incluíram tanto o epitélio escamoso quanto o glandular, ou seja, abrangeram a JEC como é recomendado. Concluiu-se também que a prevalência de lesões nas células do colo uterino aumenta conforme a idade, atingindo seu pico na faixa etária após os 36 anos, na qual se encontravam 50% das pacientes com lesões. 

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