MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DOS CORPOS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA DA UNISC.

Bernardo Brum, Laura Thomas Silveira, Leda Maria Bartholdy

Resumo


Ao longo dos anos as técnicas de conservação dos cadáveres foram se aperfeiçoando, atualmente o Laboratório de Anatomia Humana da UNISC utiliza dois métodos de conservação, o formol e a glicerina. Logo que os corpos chegam ao laboratório, eles são postos em tanques com formaldeído. Sua manutenção é feita de quinze em quinze dias onde são retirados para que o reagente seja fixado novamente, quanto à dissecação é feita somente por professores, funcionários e membros da Liga de Anatomia Humana. Para que essa retirada seja feita, os funcionários e bolsistas devem fazer uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Durante este período deve-se molhar os corpos três vezes ao dia com água para que não haja ressecamento das estruturas, o formol apresenta odor relativamente forte, causando desconfortos, tais como, irritação nos olhos, vias aéreas e garganta, dores de cabeça e náuseas, há uma contraindicação para gestantes, podendo ocasionar abortos ou má formações ao feto. Devido a isso, sentiu-se a necessidade de um método de conservação menos agressivo, encontrando a solução em glicerinização como alternativa menos danosa a pessoa quando exposta ao produto, pois apresenta um odor mais brando, sendo também esse um método mais em conta. O método de conservação com a glicerinização ocorre após dois meses de conservação dos cadáveres em formol, este processo ocorre apenas uma única vez. Para isso, necessita-se que o corpo seja mantido seco, interrompendo o uso de água alguns dias anteriores para que o processo de glicerinização seja feito corretamente, o cadáver é colocado em tanque com glicerina e deve permanecer por dois mês ou até submergir, após isto, é necessário apenas a reumidificação da glicerina quando necessário, ao final de cada turno os corpos são cobertos com lençóis que auxiliam a manter os corpos umidificados, pois este também possui produto para conservação dos mesmos e as macas são limpas com álcool. Também evita-se transportar os corpos de uma maca para outra e/ou de decúbito podendo causar algum dano às estruturas. Ao ingressar na vida acadêmica os graduandos da área da saúde são orientados sobre as regras do laboratório, não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos, para evitar que fotos indevidas sejam tiradas e ou publicadas, mantendo uma postura ética diante de um cadáver. O laboratório tem como regra o uso de luvas descartáveis e cabelo comprido preso com o intuito de evitar possíveis contaminações por fungos dos acadêmicos para os corpos. Outra norma instituída no laboratório devido à conservação dos corpos é que não entre com garrafinhas d"água para consumo nas dependências. É obrigatório a utilização de jaleco, calça comprida e sapato fechado para prevenir que eventuais instrumentos perfuro cortantes ou peças ósseas possam cair e ao aparar a queda causem acidentes. É pedido também aos acadêmicos para que ao manipular um corpo os mesmos não pincem ou puxem bruscamente as estruturas, os instrumentais somente são utilizados por funcionários e professores para evitar danos pelo excesso de manuseio.

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