CORRELAÇÃO ENTRE PADRÃO RESPIRATÓRIO E CAPACIDADE VITAL FORÇADA DE ADOLESCENTES OBESOS

Amanda Ferrari, Marcieli Silveira Hopp, Thais Ermelinda Schulz Benelli, Dannuey Machado Cardoso, Miria Suzana Burgos, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


O excesso de peso é considerado uma epidemia mundial sendo que as crescentes taxas de sobrepeso e obesidade não privaram as crianças e adolescentes de tal condição. O acúmulo excessivo de tecido adiposo causa relevantes disfunções ao sistema respiratório devido às alterações na mecânica respiratória, nas trocas gasosas e na tolerância ao exercício, podendo resultar em alterações da função pulmonar. A espirometria é considerada o exame padrão ouro para avaliação de volumes pulmonares sendo a manobra da Capacidade Vital Forçada (CVF) uma das mais utilizadas para a aferição da função pulmonar, representando o máximo volume de ar eliminado durante uma expiração forçada, a partir de uma inspiração máxima. O padrão respiratório é definido como a forma de distribuição do ar no interior dos pulmões, sendo determinado pela frequência e pela profundidade respiratória. Avaliar a associação entre o padrão respiratório e a CVF de adolescentes obesos. Estudo transversal, composto por adolescentes obesos de ambos os sexos e com idade entre 10 e 17 anos. A função pulmonar foi avaliada através do teste espirométrico utilizando o espirômetro digital portátil (modelo Micro Loop MK8 ® CareFusion, Germany), conforme as recomendações da American ThoracicSociety (ATS, 2002). Para realização da espirometria os adolescentes foram instruídos a permanecerem sentados e com utilização de um clipe nasal, inspirar o máximo possível até a capacidade pulmonar total e a expirar todo ar sem interrupção. O padrão respiratório foi mensurado através da cirtometria torácica através da medida dos perímetros torácicos na inspiração máxima (insmax) e na expiração máxima (expmax), sendo obtido o coeficiente de amplitude torácica (CA) através da diferença entre a insmax e a expmax. O CA é obtido ao nível da linha axilar (avaliação do padrão apical), linha mamilar (avaliação do padrão misto) e apêndice xifóide (avaliação do padrão diagragmático) com uma fita métrica inextensível, tendo os adolescentes permanecidos sentados com tórax ereto e braços em posição neutra. O maior CA obtido determinou o padrão respiratório predominante nos adolescentes, sendo os dados expressos em média e desvio padrão. Para a correlação entre o padrão respiratório e o CVF foi utilizado o teste de Regressão Linear com nível se significância (p<0,05). Amostra composta por 36 adolescentes obesos (sexo masculino, n=15), com média de idade de 10,39 ± 2,30 anos, IMC de 26,56 ± 5,22 Kg/m2 e CVF de 2,59 ± 0,75 litros. Em relação ao padrão respiratório, 12 adolescentes (33,3%) apresentaram padrão apical, 12 (33,3%) misto e 12 (33,3%) basal. Não foi observado associação entre o padrão respiratório apical e a CVF (r=0,328, p=0,051), bem como entre o padrão misto (r=0,175, p=0,307) e o padrão basal (r=0,153, p=0,374). Em nossa amostra, verificamos que o padrão respiratório não apresentou correlação com a capacidade vital forçada.


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