IDENTIFICAÇÃO DE AMEBAS DE VIDA LIVRE M AR CONDICIONADO DE UMA UTI PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL ESCOLA DO INTERIOR DO RS.
Resumo
Amebas de Vidra Livre (AVL) representam agentes que podem ser potenciais para infecções em humanos e podem ser encontrados nos mais variados habitats, como poeira, ar atmosférico, água, rios e lagos. As Amebas de Vida Livre podem permanecer viáveis por vários anos em todos os tipos de ambientes, inclusive hospitalares, sendo capazes de ocasionar vários tipos de infecções, esperando apenas o momento oportuno para realizarem a lise e proliferação. Considerando que estas espécies são potencialmente patogênicas para o homem, estas podem causar algumas doenças, como meningoencefalites, ulcerações de pele e infecções da córnea. O objetivo desse trabalho foi identificar a presença de amebas de vida livre em amostras de poeira de ar condicionado da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Santa Cruz, Santa Cruz do Sul/RS e classificar sugestivamente essas amostras quanto ao seu gênero e seu potencial patogênico. Foram coletadas 74 amostras de poeira de ar condicionado obtidas entre dezembro de 2015 a março de 2016. O local de coleta foi a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. As amostras foram semeadas em ágar não nutriente com Escherichia coli inativadas pelo calor e incubadas por 10 dias com verificação diária de crescimento amebiano e observação em microscópio, e então foi realizado o repique e clonagem das amebas. As amebas isoladas foram identificadas sugestivamente seguindo os critérios morfológicos, sugeridos por PAGE (1988). Testes de termo e osmotolerância foram realizados para identificar o potencial patogênico das amebas de vida livre isoladas das amostras. Testes de termotolerância apresentaram 60% de positividade para o crescimento em 37ºC e 22% a temperatura de 42ºC. Destas amostras, 18% são consideradas altamente patogênicas, pois apresentaram crescimento em ambas as temperaturas. Testes de osmotolerância foram realizados nas amostras coletadas para verificar o potencial patogênico das amebas de vida livre presentes em cada amostra, com crescimento de 44% na concentração de 0,5M de manitol. A positividade para a presença de amebas de vida livre nas amostras coletadas foi de 67,56%. O gênero Acanthamoeba foi sugestivamente o predominante em todas as amostras, de acordo com observação morfológica baseada nos critérios de PAGE. Nenhuma amostra apresentou características pertencentes ao gênero Naegleria. Foi possível identificar sugestivamente o gênero das amebas da UTI Pediátrica, bem como classificá-las segundo seu potencial patogênico.
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