AVALIAÇÃO DO TEOR DE CAPSAICINÓIDES PARA O DESENVOLVIMENTO DE INSETICIDA A BASE DE PIMENTAS DO GÊNERO CAPSICUM

Silvio Augusto Ortolan, Vanessa Caroline Hermes, Rosana de Cassia de Souza Schneider, Chana de Medeiros Silva

Resumo


As pimentas do gênero Capsicum pertencem à família Solanaceae e possuem de vinte a vinte e cinco espécies que são classificadas de acordo com o seu nível de domesticação. O Brasil é um importante centro de domesticação de várias espécies, possuindo grande diversidade de C. annuum, C. baccatum var. pendulum, de C. frutescens e de C. chinense. As pimentas Capsicum são uma fonte rica de ácidos graxos, óleos voláteis, carotenoides, sais minerais, resinas e alcaloides. Os capsaicinóides são os alcaloides mais importantes encontrados nas pimentas deste gênero, sendo os responsáveis pela pungência que é uma das características mais importantes do mesmo. Já foram identificados mais de quatorze tipos de capsaicinóides, mas a capsaicina e a dihidrocapsaicina são os mais abundantes e mais pungentes. Os capsaicinóides se acumulam na superfície da placenta, sendo liberados quando o fruto sofre algum dano físico. Extratos de pimenta Capsicum possuem ação repelente e inseticida. A presente pesquisa tem como objetivo avaliar o teor de capsaicinóides em extratos de pimenta do gênero Capsicum para o desenvolvimento de um bioproduto com ação inseticida.  O material vegetal (polpa de pimenta e frutos frescos de pimenta) foi fornecido pela empresa Avanza. Diferentes macerados foram preparados com a polpa de pimenta utilizando como reagentes ácido acético glacial, água, óleo de soja, vinagre de vinho e de álcool, em diferentes combinações e proporções, obtendo um total de 15 extratos com a polpa. Após 60 dias, foram filtrados e armazenados sob refrigeração para análise por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A polpa de pimenta também foi submetida ao processo de refluxo, utilizando metanol como solvente e, deixando sob fervura por quatro horas. Os frutos frescos foram lavados, picados e pesados e submetidos à extração por soxhlet (4 horas), também utilizando o metanol como solvente. Após o período de refluxo e soxhlet, as amostras foram filtradas e armazenadas em geladeira para análise por CLAE igualmente. Para análise por CLAE, todas as preparações obtidas (17) foram filtradas por membrana de filtração (45 µm) e injetadas no cromatógrafo seguindo a metodologia de Santos et al. (2008). Os resultados estão sendo analisados. Espera-se encontrar elevados teores de capsaicinóides, compostos responsáveis pela pungência e pela atividade inseticida. A partir do resultado destas análises pretende-se utilizar o extrato com maior quantidade de capsaicina para desenvolver um bioproduto com ação inseticida que será utilizado em lavouras com intuito de proteger as plantações contra pragas e vetores.


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