OBTENÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DA LARANJA DOCE CITRUS SINENSIS (L.) OSBECK A PARTIR DAS CASCAS SECAS E FRESCAS PARA DESENVOLVIMENTO DE AROMATIZANTE DE AMBIENTE
Resumo
A laranja é o fruto produzido pela laranjeira Citrus sinensis (L.) Osbeck, uma árvore pertencente à família Rutaceae, conhecida no Brasil como laranja doce, cujos seus princípios ativos são ricos em metabólitos secundários, como os carotenoides, as antocianinas, flavonoides, carboidratos, vitamina C e óleos essenciais. O objetivo deste estudo foi extrair e avaliar o rendimento, a composição química e a qualidade do óleo essencial obtido das cascas frescas e secas da laranja e ainda, desenvolver um aromatizante de ambiente a partir dos óleos obtidos. As frutas foram doadas por um citricultor da região associado à Coopersanta. Inicialmente, foram selecionadas, lavadas e após, descascadas. Em seguida, cerca de 1000g de cascas foi colocada para secagem (estufa de ar circulante a 38°C por 48 horas). A extração dos óleos (tanto a partir das cascas frescas quanto secas) foi realizada pelo método de hidrodestilação por arraste a vapor, utilizando um aparelho do tipo clevenger por um período de 3 horas. Após a extração, os óleos obtidos foram analisados quanto a sua composição por cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia gasosa acoplada à espectrofotômetro de massas (CG-EM), bem como foram submetidos aos testes de controle de qualidade para óleos voláteis, segundo metodologia descritas pelas Farmacopeias Brasileiras, Europeia e Britânica (características organolépticas, densidade relativa e índice de refração). Após análise da qualidade, foram desenvolvidos dois aromatizantes de ambientes, um com o óleo obtido das cascas frescas e outro a partir das cascas secas. Foi possível obter os dois óleos essenciais, que apresentaram rendimentos muito parecidos, sendo que, para as cascas secas seu rendimento foi de 1,8% e para as cascas frescas 2,0%. Os principais componentes majoritários encontrados em ambos os óleos foram o limoneno, a-pineno, linalol, mirceno, octanol e valenceno. Quanto às características organolépticas, ambos apresentaram aspecto homogêneo, oleoso e levemente amarelado para as cascas secas e mais incolores para as frescas, porém ambos límpidos apresentaram forte odor cítrico, porém mais aromático para as cascas frescas e mais pungente para as cascas secas. No parâmetro densidade relativa, os resultados foram 0, 849 g/mL e 0, 848 g/mL, para os obtidos das cascas secas e frescas, respectivamente. Quanto ao índice de refração encontrou-se o valor de 1, 471 e 1, 476 para as igualmente. O bioproduto desenvolvido foi um aromatizante em frasco spray de 50 mL testado na Universidade de Santa Cruz do Sul, no laboratório de Farmacognosia, o qual foi submetido a testes sensoriais, que revelaram sua aceitabilidade e aroma marcante, além do cheiro característico cítrico da fruta. A partir deste trabalho pode-se avaliar que é possível desenvolver aromatizantes de ambiente feitos a partir de óleos essenciais extraídos de plantas cultivadas na região, estimulando assim a busca por novos produtos, estimulando a biodiversidade da região e promovendo arranjos locais que agreguem maior valor e interesse aos produtos desenvolvidos na região.
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