AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE BAIXO CUSTO MULTIFUNCIONAL, INTEGRANDO ALGAS/SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS (SAC’S), PARA REMEDIAÇÃO DE ÁGUAS NEGRAS DOMICILIARES, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS.

Renan Machado Vasconcelos, Ênio Leandro Machado, Adriana Düpont, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


Com a problemática atual de poluição dos corpos hídricos, programas de monitoramento ambiental estão se mostrando importantes ferramentas para o fornecimento de informações das condições ambientais, e possibilitando o melhoramento das medidas mitigatórias. Neste sentido, uma nova ciência vem se destacando, a Ecotoxicologia, que visa estudar o potencial impacto deletério de substâncias ou compostos químicos que constituem poluentes ambientais sobre os organismos vivos. Ciente deste contexto atual, a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) instalou em suas dependências uma estação de tratamento de efluente de esgoto (ETE-UNISC), com o intuito de remover nutrientes e matéria orgânica. A fim de aprimorar o tratamento, foi instalado um sistema integrado de tratamento de efluentes urbanos com algas e wetlands construídos, como uma alternativa mais limpa de remediar águas residuais, trabalho executado pela equipe de pesquisadores do departamento de Química e Física da UNISC. Neste contexto, visando determinar a eficiência deste sistema integrado, amostras de água residual foram coletadas periodicamente para a realização de testes de toxicidade utilizando como organismo bioindicador o microcrustáceo Daphnia magna, seguindo a norma brasileira 12713 (ABNT, 2004). Em síntese, os ensaios consistem em expor fêmeas com menos de 24 horas de idade a diferentes concentrações em duplicatas da amostra, por um período de 48 horas. Visando atestar o sucesso do cultivo dos microcrustáceos, foram realizados ensaios de sensibilidade com a substância de referência, Cloreto de Potássio, em diferentes concentrações. A faixa ideal para a CE(I)50% 24 horas (Concentração de Exposição Inicial Mediana) foi de 0,60 mg L-1 a 0,95 mg L-1 para a substância de referência, não ultrapassando os limites de controle (dois desvios-padrão), condicionando, assim, a realização de testes ecotoxicológicos. Foram analisadas amostras de fases distintas do processo de tratamento, onde as amostras do efluente bruto apresentaram uma toxicidade relativa média (n=3) CE(I)50% de 57,0 ± 15,4 (Coeficiente de Variação, CV=27%), correspondente a uma amostra medianamente tóxica. Já as amostras pós-wetlands e pós-algas (n=2) não apresentaram toxicidade uma vez que não houve mortalidade dos organismos testes. Desta forma, os resultados preliminares obtidos sugerem que a integração de diferentes métodos no tratamento de efluentes possa ser uma alternativa promissora para remediar a toxicidade de efluentes domésticos.

 

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