ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A INSPEÇÃO DE COLO UTERINO E A PREVALÊNCIA DE LESÕES CITOPATOLÓGICAS EM MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME DE PAPANICOLAU EM UM LABORATÓRIO DE SANTA CRUZ DO SUL.

Lara de Matos, Isabela Dorneles Pasa, Jane Dagmar Pollo Renner

Resumo


A infecção genital pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é a mais frequente causa de Doença Sexualmente Transmissível. O vírus infecta as células escamosas basais em caso de microabrasão, gerando inicialmente uma lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LIEBG), a qual normalmente regride espontaneamente. Se as alterações histológicas progredirem, havendo comprometimento do DNA da célula hospedeira, podem evoluir para lesão intraepitelial escamosa de alto grau (LIEAG), a qual, em caso de invasão tecidual, passará a ser considerada lesão oncogênica. Já foram identificados cerca de 150 tipos de HPV, sendo que alguns tipos levam a lesões visíveis como condilomas e outros tipos a microlesões não visíveis na inspeção do colo. Analisar a relação entre o aspecto observado no colo através da inspeção e os tipos de lesões apresentadas pelas pacientes.  Foi realizado um estudo restrospectivo, descritivo, transversal e observacional com 12.407 pacientes, cujos dados referentes aos exames citopatológicos de colo uterino foram averiguados no Laboratório Santa Cruz, na cidade de Santa Cruz do Sul, região central do Estado do RS, no período de 2014 a 2015. A inspeção de colo uterino realizada em 66 pacientes, cujos resultados dos citopatológicos foram positivos, foram observados os seguintes dados: daquelas com lesão de epitélio escamoso consistindo em células atípicas de significado indeterminado, 9 apresentaram inspeção normal, 2 alterada e 1 possuía colo de difícil visualização; daquelas com lesão de epitélio glandular consistindo em células atípicas de significado indeterminado, 5 apresentaram inspeção de colo normal e nenhuma alterado; daquelas com atipias de células escamosas de significado determinado, 19 das lesões consistiam em LIEBG (das quais 17 apresentaram inspeção de colo normal e 2 alterada) e 28 em LIEAG (das quais 21 apresentavam inspeção de colo normal e 7 alterada); e daquelas cuja lesão consistia em atipia de células glandulares de significado determinado, 2 obtiveram inspeção de colo normal e nenhuma alterado. Em relação à amostra analisada, apenas 16,6% das pacientes que apresentaram lesões constatadas ao exame microscópico possuíam inspeção de colo alterada, evidencia-se, portanto, a predominância de microlesões subclínicas. Observou-se também que a maioria (63,6%) das pacientes que continham inspeção do colo alterada apresentaram lesões de alto grau, porém 75% das pacientes com lesão de alto grau não tiveram alterações relatadas na inspeção do colo. Dessa forma, foi constatada correlação entre o aspecto do colo a olho nu e o grau da lesão, mas isso não significa que toda lesão de alto grau deva gerar inspeção alterada.

 

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