CARACTERIZAÇÃO DE CASOS SUSPEITOS DE H1N1 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS) DISTRIBUÍDOS DE ACORDO COM SEXO UM ESTUDO ECOLÓGICO
Resumo
Desde o seu surgimento no México em 2009, o novo subtipo do vírus da Influenza A, o H1N1, tornou-se foco de combate e de estudo. Sua rápida propagação e subsequente pandemia deveu-se à sua maneira fácil e eficaz de transmissão por partículas de gotículas através das vias respiratórias. Nesse sentido, visando controlar a propagação do vírus, é imprescindível a realização de estudos que analisem a frequência de casos suspeitos e confirmados pelas autoridades de saúde com objetivo de desenhar estratégias de controle da infecção. O objetivo do trabalho foi caracterizar os casos suspeitos de H1N1 de acordo com a distinção de sexo distribuídos no estado do Rio Grande do Sul (RS), no período de 2014 a 2016. Metodologia: Foi realizado um estudo do tipo ecológico, utilizando dados secundários, obtidos do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) no período de 2014 a 2016 referentes às suspeitas de infecções por H1N1 em todos os municípios do RS. As variáveis incluídas no estudo foram: sexo, faixa etária, raça, escolaridade, uso de antiviral, gestação, hospitalização, classificação final do agente patológico e evolução da doença. Foram realizadas análises descritivas, apresentadas como frequências e números absolutos. Resultados: o número de indivíduos com suspeita de infecção por H1N1 no período do estudo foi 8.670, sendo 4.521 (52,14%) do gênero masculino. Ao avaliar a faixa etária dos casos suspeitos, verificou-se que a mais prevalente foi de 0-9 anos (57,23%), independente de sexo (60,52% masculino e 53,66% feminino). Considerando a raça para ambos os grupos, os indivíduos brancos totalizaram a maioria. Considerando os dados validados, o ensino fundamental foi mais frequente em ambos os grupos. (15,96%). Entre os casos da doença verificou-se que 3,2% das mulheres estavam grávidas e o período de infecção predominava no terceiro trimestre (1,35%). Verificou-se que o maior número de casos, neste período da notificação do caso, não estava em uso de antiviral (57,37%). Quanto à classificação final de agentes patológicos causadores da Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), a maioria não foi especificada (60,42%) ou causada por outros vírus respiratórios (20%), e 17,22% dos casos de SRAG foram causados pelo vírus da Influenza A. Em ambos os sexos, constatou-se que a doença em torno de 10% dos casos teve óbito, independente de sexo. Ao avaliar os dados trabalhados observou-se que o sexo não parece ser fator preponderante para a infecção por H1N1. Nenhuma das características estudadas foi diferente entre os grupos (masculino e feminino). Entretanto, cabe salientar que a taxa de óbito foi elevada em ambos os grupos. A avaliação dos dados epidemiológicos é fundamental para o direcionamento das ações de controle e prevenção de infecção por H1N1. Novas análises devem ser realizadas para avaliar outras características epidemiológicas em períodos distintos no estado do RS.
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