INTERCOOPERAÇÃO E FUSÃO DE REDES EMPRESARIAIS SOB A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA: A QUESTÃO DO PODER

Carlos Alberto Scherer Teixeira, Heron Sergio Moreira Begnis

Resumo


As relações de poder estão presentes em todos os episódios e formatos de cooperação interorganizacional e também entre todos os agentes envolvidos. Seja para beneficio coletivo ou ações individuais, o poder pode ser capaz de gerar estabilidades como também dissociações em redes de cooperação. As características coletivas se transformam no motivo fundamental para explorar a questão do poder nos assuntos organizacionais (CAPPELLE; MELO; BRITO, 2005). O objetivo desta pesquisa é analisar as proporções e efeitos do poder nos relacionamentos interorganizacionais, especialmente a respeito da exploração das estratégias de intercooperação e fusão de redes horizontais de empresas. O trabalho está em fase de desenvolvimento e análise dos dados adquiridos. A metodologia utilizada para a construção dos dados se dá através de entrevistas feitas por Skype e com auxílio de formulários do Google Docs (entrevista telefônica assistida por computador) construídos com base na perspectiva dos cinco pontos fundamentais de poder de Michael Foucault. O poder na cooperação interorganizacional consiste na capacidade de gerar valor, conhecimento e confiança, de modo a controlar o relacionamento interorganizacional, mesmo com incertezas operacionais e individuais de uma rede. O poder pode ser utilizado para atuar sobre os atores a fim de ser uma alternativa da qual beneficia a rede com os seus efeitos. Desta forma, pode se entender que o poder gera vantagens e que não há uma concepção coercitiva ou estritamente negativa. (BELAYA; HANF, 2009). Apesar disso, o poder atinge todos os procedimentos das organizações pelo controle de recursos próprios, pois durante os processos da rede, todos podem sair ganhando ou perdendo com alguma ação feita por algum membro da rede. Objetivos em comum junto ao compartilhamento de bens escassos e de grande valor são elementos cruciais para uma forte cooperação, dessa forma estimula-se a cooperação entre empresas da mesma rede ou de uma rede com outros mesmos propósitos. O interesse de relações entre os envolvidos pode caracterizar o poder de uma forma diferente em momentos diversos. A pesquisa parte de uma construção teórica na qual as principais diferenças podem ser vistas como características individuais, objetivos diferentes e conhecimentos adquiridos de experiências passadas. Tais diferenças possuem a base para que se constituam as associações de poder. (FOUCAULT, 1995, 1999, 2002, 2005, 2007). No momento em que estas diferenças são percebidas pelo grupo, alguns agentes surgem na condição de liderança e assim adquirem, em prol de si, poder para aumentar o status ou originalidade de sua empresa. Além disso, a capacidade de determinados membros de criar e fortalecer desejos coletivos para a rede é capaz de conceder a eles um princípio de poder, pois com estas atitudes benéficas ao grupo, gera a eles uma fonte de poder diferenciadora dentro da rede. Portanto, as consequências do poder ao decorrer das relações e ações feitas dentro e entre as redes, possibilita o surgimento de disputas de diferentes interesses. Ainda que os membros de uma rede apresentem características diferenciadoras é natural que haja esta forma de poder sobre todos em uma mesma rede. O poder equivale na propensão dos agentes de uma rede de gerar confiança, de determinar valores e constituir conhecimento entre as empresas. Sendo assim, é necessário obter resultados mais equilibrados para que existam relações de cooperação mais favoráveis e benéficas para a rede.

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