PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UM OLHAR SOBRE AS DIVERSIDADES E DESIGUALDADES PRESENTES NO VALE DO RIO PARDO

Juliana Vanesi Lopes da Silva, Rogério Leandro Lima da Silveira

Resumo


O Vale do Rio Pardo é região de atuação do Corede Vale do Rio Pardo, importante instância de representação política dos diversos segmentos, organizada sob forma de associação civil e sem fins lucrativos. Por intermédio desse órgão organiza-se o processo de planejamento regional, elemento estratégico significativo no que se refere aos enfrentamentos dos desafios colocados para a região, permitindo a identificação mais clara das oportunidades e potenciais regionais, e assim impulsionando o desenvolvimento regional. O Corede possui uma larga experiência no que se refere ao processo de planejamento territorial. Sob sua coordenação foram anteriormente desenvolvidos os Planos de Desenvolvimento Regional de 1996 e 2010, bem como a Agenda 21 Regional, em 2003. Tais experiências servem de referência e qualificam a comunidade regional para a elaboração de um novo plano, atualmente em construção. O trabalho tem como objetivo atualizar o planejamento regional, oportunizando à comunidade a possibilidade de avaliar a atual dinâmica de desenvolvimento da região em sua relação com o desenvolvimento do Estado, do país e até mesmo com o mundo, possibilitando, assim, com base na atualização do diagnóstico regional e análise situacional, a definição de novos projetos prioritários. Baseado na metodologia desenvolvida por Allebrandt, Büttenbender e Siedenberg (2010), o trabalho foi divido em sete etapas, sendo essas a construção do diagnóstico regional; a análise situacional; elaboração da FOFA (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças); elaboração dos referencias estratégicos; construção da carteira de projetos; modelo de gestão do plano e por fim, a divulgação e posterior aplicação do plano. Durante a construção do plano, notou-se que a região do Vale do Rio Pardo não é geograficamente homogênea, apresentando significativas diferenças e particularidades socioespaciais em seu território, heranças do seu processo de formação histórico e desenvolvimento econômico e social, tornando possível a identificação da existência de três microrregiões, a saber: a microrregião norte, microrregião centro e microrregião sul. Em relação ao PIB per capita dos municípios, as disparidades são notáveis, enquanto Santa Cruz do Sul, município da microrregião centro, possui um PIB per capita de R$ 41.474,00, os municípios de Tunas e Segredo, localizados na microrregião norte, apresentam, respectivamente, um PIB per capita de R$ 12.999,00 e R$ 12.338,00.  Na microrregião Sul, encontramos municípios com baixos indicadores de PIB per capita, como são os casos de Encruzilhada do Sul (R$ 11.093,00) e General Câmara (R$ 12.006,00). (FEE-RS, 2016). Outro aspecto que revela essa disparidade intrarregional é a desigual distribuição da população no território. Enquanto em Santa Cruz do Sul e em Pantano Grande (microrregião sul), há predomínio da população urbana, com uma taxa de urbanização, de respectivamente, 88,86% e de 84,02%, em Vale do Sol (microrregião centro) e em Herveiras (microrregião norte), temos taxas de urbanização de apenas 11,28% e 13,00% (IBGE, 2010) e a maior parte da população residindo em áreas rurais. Diante disso, conclui-se que a diversidade existente, seus reflexos e efeitos diferenciados no conjunto dos lugares da região impõem a necessidade de pensarmos o planejamento regional como forma de buscarmos a redução das desigualdades intrarregionais assim como a valorização e o aproveitamento econômico e social de suas diferenças e individualidades.

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