Após os atentados terroristas protagonizados pelo grupo de Atta - formado e treinado pela organização terrorista Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden - nos Estados Unidos da América (EUA), em 11 de setembro de 2001, o Oriente Médio tornou-se central no contexto da agenda internacional do governo norte-americano. A reação, à época, provocou invasões no Iraque e no Afeganistão, principalmente, pelos militares dos EUA. Apesar de terem sido justificadas como uma reação direcionada ao terrorismo, mais conhecida como "Guerra ao Terror", tais intervenções podem ser explicadas, também, por meio de perspectivas geopolíticas e de interesses relacionados aos recursos energéticos que são essenciais para a economia norte-americana. No entanto, com o desenrolar da investida dos EUA, de algumas mudanças políticas nacionais, das variações de opinião pública e de novas configurações geopolíticas, a situação se tornou polêmica, conflituosa e tensa para além das expectativas. Assim, emergiu a necessidade de alternativas menos conflituosas e relativamente eficientes no que se refere aos interesses dos EUA. Neste contexto, outros arranjos regionais passaram a ganhar relevância, deslocando, mesmo que sutilmente, a centralidade do Oriente Médio. Diante deste contexto, nesta pesquisa, o objetivo foi discutir a constituição do Brasil enquanto uma possível alternativa para novos arranjos geopolíticos face aos interesses estrangeiros e, ainda, entender questões relacionadas à política externa brasileira. Para o desenvolvimento da investigação, fez-se uso de um olhar qualitativo, por meio de revisão bibliográfica. Os principais autores utilizados foram Cristina Soreanu Pecequilo, cujos textos descrevem e problematizam o tema da política externa americana em relação ao Brasil, Giorgio Romano Schutte, que analisa os desafios e oportunidades trazidas pelo pré-sal ao Brasil e Ana Cristina Carvalhes Machado, cuja tese de mestrado trata sobre como o pré-sal pode contribuir para a inserção brasileira no Sistema Internacional. Além disto, foi feita análise documental de modo a se observar as diretrizes estabelecidas pelo Decreto Nº 8.793, que fixa a Política Nacional de Inteligência, e pela Medida Provisória Nº 727, que cria o Programa de Parcerias de Investimentos. Assim, tornou-se possível entender como tal mudança pode vir a influenciar a política externa e a inserção internacional do Brasil. Assim, os principais argumentos relacionados ao tema enveredam no caminho de apontar que a emergência de políticas de direita, que se verifica nos países da região, que até então apresentavam vieses políticos alinhados com os princípios de esquerda, indicam alterações nas atuações de tais países, tanto econômicas quanto diplomáticas que podem privilegiar os interesses estadunidenses em detrimento ao alinhamento estratégico dos países do sul, estimulado principalmente através de acordos de cooperação multilateral como os BRICS.