A presente comunicação está vinculada à pesquisa Classe e Cultura nas Práticas Educativas dos Trabalhadores de Enfermagem de um Hospital do Vale do Rio Pardo - FASE II, desenvolvida na Universidade de Santa Cruz do Sul-UNISC em parceria com a Universidade Autônoma de Barcelona. Nosso objetivo é descrever, analisar e explicar as formas de produção de saberes que ocorrem nas relações de produção e especificamente nas relações formais e informais da prática social dos trabalhadores da enfermagem de um hospital do Vale do Rio Pardo. Também objetivamos compreender os aspectos culturais e econômicos envolvidos na experiência educativa dos trabalhadores e propor novas formas de qualificação dos mesmos que atendam às necessidades de formação pessoal e profissional, contribuindo para um trabalho de qualidade e emancipação social. Abordaremos em nosso trabalho conceitos como: trabalho prescrito e trabalho real, saberes constituídos e investidos, renormalizações e produção de saberes, apoiando nossa análise na ergologia com os autores Schwartz e Trinquet, além de buscarmos contribuições da teoria critica, a fim de entender criticamente o trabalho e as práticas sociais que ocorrem nos locais de trabalho, portanto nosso estudo é caracterizado como interdisciplinar. É uma pesquisa de natureza qualitativa, tendo como sujeitos técnicas e enfermeiras de um hospital do Vale do Rio Pardo.  Para a coleta de informações utilizamos questionários, entrevistas e observações de campo, que ocorreram ao longo do período no qual o projeto vem sendo desenvolvido. A partir das entrevistas semiestruturadas e das observações de campo, que se basearam em conhecer na prática como era realizado o trabalho destas profissionais e considerando seus relatos, realizamos análises destas falas, nas quais se sobressaíram categorias, como: Trabalho, Formação, Educação e Produção de Saberes. Estas categorias foram elencadas como categorias principais, as quais englobam subcategorias. Sob o ponto de vista da ergologia, procurando entender e conhecer o trabalho destas profissionais da saúde e como ocorriam de fato as práticas formais e informais de educação no local de trabalho, de modo que pudéssemos compreender os processos educativos nesta atividade, contextualizando-os com o conceito de experiência, bem como a distância entre o trabalho prescrito e o trabalho real e a constante necessidade de renormalização trazida pelo próprio conceito da experiência.  Nesta apresentação traremos uma relação entre essas três categorias tendo como centro de discussão as renormalizações que ocorrem no trabalho realizado pelas profissionais de enfermagem e que envolvem as demais categorias. Entendemos assim, que em todo trabalho há uma distância entre trabalho prescrito e real, que neste espaço ocorrem as renormalizações onde os profissionais fazem uso de seus saberes formais, mas também de seus saberes informais, construídos ao longo de suas vidas.

Palavras- chave: Trabalho e educação; Educação e saúde; Renormalizações.