Esse estudo faz parte do Projeto de Pesquisa Educação Popular e Pesquisa Ação-Participante: respostas descoloniais no contexto de transmodernidade na América Latina que oferece fontes da Pedagogia Latino-americana para pensarmos a história das ideias silenciadas, esquecidas e negadas na América Latina, durante anos de colonização e exploração das colônias Européias. Essas fontes dividem-se entre as dos povos originários (Como, por exemplo, os povos Guarani), as das emancipações e constituição das Repúblicas (Como, por exemplo, o educador José Martí) e a dos/das críticos/as da colônia (Como, por exemplo, Felipe Guamán Poma de Ayala). Sendo uma pesquisa qualitativa e de cunho bibliográfico, me apoiei nas leituras de artigos e livros que traziam estudos relacionados às epistemologias do sul (SANTOS, 2010), buscando responder à seguinte questão: Por que os Guarani, Felipe Guamán Poma de Ayala e José Martí são considerados fontes da Pedagogia Latino-americana? Esse estudo tem por objetivo conhecer e compreender as contribuições das fontes Guarani, Felipe Guamán Poma de Ayala e José Martí para a pedagogia da América Latina. Entende-se que os Guarani são um povo indígena cujo território se estende pelo Paraguai, Brasil e Argentina e que se preocupavam com a educação moral e espiritual dos indivíduos, que se educam através da vida comunitária para ser um bom guarani, valorizando a palavra e a sua escuta dentro da comunidade. Por outro lado, Felipe Guamán Poma de Ayala (1534-1615), foi um cronista peruano que se dedicou ao ensino do idioma castelhano aos indígenas e a denunciar o mal governo do vice-reinado, fazendo críticas à colônia espanhola. Já José Martí (1853-1895), foi um pensador cubano, considerado o grande inspirador da Revolução Cubana, que defendia a independência e emancipação de Cuba da Espanha e que a educação das pessoas deveria ser do seu tempo e partir da sua realidade cultural e social, o que mais tarde iríamos chamar de Educação Popular. Tanto os Guarani, quanto Felipe Guamán Poma de Ayala e José Martí ofereceram um tipo de contribuição para a Pedagogia da Nossa América que valoriza a nossa realidade e a produção de pensamentos pedagógicos próprios e de acordo com a perspectiva suleadora (FREIRE) do conhecimento, sem a reprodução do "espelho eurocêntrico" e oferecendo respostas descoloniais em relação às ideias e às metodologias de produção do conhecimento na América Latina.