É de conhecimento comum que a infraestrutura das rodovias brasileiras não oferece grande qualidade e segurança, bem como não atende a demanda de seus usuários. O que muitas vezes é desconhecido, é que a grande maioria das nossas vias são não pavimentadas. Segundo dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mais de 80% de nossas vias são não pavimentadas, ou seja, mais de 1,3 milhões de quilômetros. Estas vias contam somente com uma ou mais camadas de material granular assente(s) diretamente sobre o subleito, podendo ser de origem natural ou correspondente à superfície final dos serviços de terraplenagem (cortes ou aterros). A baixa qualidade dessas vias pode ser percebida principalmente nos seguintes aspectos: poeira, buracos, arrancamento de partículas e falta de aderência com a pista molhada. Com o intuito de encontrar uma proporção de mistura ideal de dois solos, um argiloso e outro arenoso, que possam ser capazes de promover uma via não pavimentada de qualidade para seus usuários, iniciou-se no primeiro semestre de 2016, um projeto desenvolvido por um professor doutor em Geotecnia e alguns alunos do curso de Engenharia Civil da UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul, que objetivam caracterizar amostras de solos oriundos de Arroio do Tigre - RS, através da realização de ensaios de caracterização e compactação, executados no laboratório de mecânica dos solos e pavimentação e no laboratório de estruturas da universidade, a fim de determinar se os mesmos possuíam características interessantes para o andamento da pesquisa. Segundo visto em teoria, a mistura de solos classificados em LA" - areais argilosas lateríticas e LG"- argilas lateríticas/argilas lateríticas arenosas, padronizadas em "Designações do T1 - 71 do DER-SP" viria a ser o revestimento primário ideal de vias não pavimentadas. Das três amostras de solos ensaiadas pelo grupo, duas foram classificadas como LG", sendo de interesse para o estudo, e outra foi classificada como NG", não tendo relevância para a melhora de vias não pavimentadas. Para poder fazer tais classificações, utilizamos dos seguintes ensaios: massa específica, limite de liquidez, limite de plasticidade, sedimentação, Proctor, índice de suporte Califórnia (CBR) e Miniatura Compactado Tropical (MCT). Após feita a total caracterização dos solos, serão executados testes quanto à proporção de cada material, tais como ensaios de arrancamento de partículas, aderência, entre outros. A expectativa é que em um curto período de tempo tenhamos uma mistura capaz de ser aplicada em campo, visto que se tivermos sucesso, será extremamente benéfica para as vias não pavimentadas da região.