USO DE RESÍDUO AGROINDUSTRIAL DA MANDARINA VERDE ORGÂNICA NA FABRICAÇÃO DE FARINHA FUNCIONAL E BIOATIVA
Resumo
O óleo essencial da mandarina verde, popularmente denominada bergamota, é usado na composição de medicamentos, perfumes, cosméticos e bebidas. Atraídas pelas diversas propriedades do óleo muitas empresas investem na sua extração, entretanto, no decorrer do procedimento é necessária grande quantidade de frutas, estima-se que em média uma tonelada produz apenas quatro quilos de óleo e consequentemente gera muito resíduo. Usualmente, emprega-se este resíduo como ração animal ou adubo orgânico, assim, visando à minimização do impacto ambiental, os benefícios econômicos e o aproveitamento dos nutrientes. Este projeto objetiva fabricar farinha a partir do resíduo da mandarina verde orgânica para elaboração de produtos de panificação, como bolos, pães e biscoitos. A matéria-prima do estudo foi o resíduo proveniente do processo de desbaste das frutas de uma empresa da região, porém somente a polpa da fruta foi utilizada para fabricação da farinha, visto que, a casca e as sementes agregam sabor muito amargo aos produtos. Inicialmente, as frutas foram selecionadas e sanitizadas, logo, a polpa foi retirada, triturada em liquidificador de uso doméstico, submetida à secagem em estufa e novamente moída para produzir a farinha. Posteriormente, realizou-se a análise da composição e aspectos nutricionais das amostras: determinou-se lipídios pelo método de Soxhlet, expressando baixo teor (0,66%); quantificou-se proteína de acordo com a metodologia de Kjeldahl (9,36%); cinzas com incineração dupla em bico de Bunsen e mufla 550-600°C (2,65%); estimou-se fibra bruta pelo método de Weende (15,81%), por fim, carboidrato foi calculado pela diferença entre 100 e a soma das porcentagens de água, proteína, fibras e cinzas resultando em 59,38% e valor energético de 281,0 Kcal. A atividade de água, antioxidante e o pH constatados foram, respectivamente, 0,64, 29,81 e 2,48. Além disso, fez-se vários testes de umidade em estufa desidratadora, sendo a condição mais similar a norma regida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que prevê umidade máxima de 12% (g/100g), foi de 32ºC, durante 32 horas, apresentando 12,10%. Na sequência da pesquisa serão feitos novos ajustes de temperatura e tempo para que melhor se adequem a legislação. Através dos resultados obtidos durante o projeto, conclui-se que a fabricação da farinha do resíduo da mandarina orgânica é uma alternativa eficiente para evitar o desperdício. Além disso, demonstra potencial promissor para, futuramente, ser convertida em produto comercial na indústria alimentícia, pois contribui para a sustentabilidade ambiental e proporciona ao organismo humano alimentação mais saudável, saborosa e nutritiva.
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