TÉCNICA DE MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DE UM ESTÔMAGO DE OVINO ATRAVÉS DA FERRAMENTA SCANNER 3D

Daniel Marques Jacintho, Regina Fabíola Graup, Cristiano Corrêa Ferreira, Paulo Souza Júnior, Amarílis Díaz de Carvalho

Resumo


Atualmente um dos principais métodos para se obter uma cópia fiel de um material orgânico sem se ter um ensaio destrutivo, é a aplicação de tecnologias de digitalização e modelagem 3D. Essa técnica pode ser aplicada para diversos campos de estudos, como: medicina veterinária, arqueologia e engenharia. Geometricamente os modelos digitalizados tridimensionalmente são precisos, permitindo a sua utilização para análises e estudos detalhados. Para a digitalização foi utilizado um estômago de ovino que foi previamente fixado com solução de formaldeído a 10%. A peça foi obtida de cadáver em conformidade com o protocolo 023/2014 do CEUA da UNIPAMPA. O estômago foi dissecado após a retirada da cavidade abdominal. A peça foi submetida ao congelamento e descongelamento por vinte vezes em freezer (-20°C). Após o último descongelamento foi passada uma camada de terebintina e deixado secar a sombra. O órgão foi preenchido com espuma expansiva para manter a forma. Para realizar a digitalização do órgão, utilizou-se o equipamento Scanner 3D da Creaform da categoria Handyscan (Modelo Uniscan). Esse equipamento utiliza a leitura de pontos da peça por reflexão do laser nas lentes e sensores, possuindo leitura e tempo de 18.000 medidas por segundo, resolução de 0.100mm, precisão de até 0.08mm. Para dar início à digitalização do estômago de ovino, posicionou-se sob uma base de plástico pintada de preto (a cor preta ajuda a não refletir o feixe de laser) que estava apoiada sobre uma mesa. Para gerar a nuvem de pontos utilizou-se o software VXelements. Ao obter todos esses dados o arquivo é salvo e transportado para o software SOLIDWORKS, que é responsável por tratar e aplicar filtros na malha, da nuvem de pontos e gerar o sólido do órgão escaneado no estágio final. De uma maneira geral a digitalização do órgão foi realizada através da captura de inúmeros detalhes, ou seja, o estômago de ovino por ter partes rugosas e com grande deformação teve sua leitura prejudicada necessitando que fossem feitos vários ajustes no VXelements e a seguir no SOLIDWORKS. No final, pode-se afirmar que estas técnicas 3D trazem avanços significativos para a educação, pesquisa e desenvolvimento permitindo que os profissionais tenham mais facilidade para introduzir espécimes no ambiente profissional, bem como, na sala de aula. Além disso, a técnica supracitada ofereceu uma ferramenta alternativa ou complementar ao uso de órgãos cadavéricos. Como benefícios, vários alunos, a qualquer momento, poderão estudar o aspecto tridimensional do órgão, obtido a partir de um espécime real, sem que ocorra a exposição aos riscos químicos e biológicos inerentes à conservação do material cadavérico. Como desvantagem, a textura e algumas sutilezas no contorno do órgão podem não ser integralmente apreciadas.  

 

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