REVISÃO SISTEMÁTICA DOS ENSAIOS DE CITOTOXICIDADE TUMORAL DAS LINHAGENS HT29 E HTC116

Alice de Moura Vogt, Mariele Kliemann, Greice Graziela Moraes, Pedro Lopez da Cruz, Eliza Noêmia Alves Koch, Bibiana Ferraz Martins, Chana de Medeiros da Silva

Resumo


O câncer é um dos principais motivos de morte no mundo, consistindo em uma anomalia de proliferação celular em diferentes tecidos. Dentre diversos tipos de câncer, o colorretal está causando cada vez mais danos e por isso, tornando-se um problema de saúde pública. A partir do cultivo celular são feitos ensaios os quais comprovam a citotoxicidade de diversos materiais em células cancerígenas, por exemplo, beneficiando as pesquisas que buscam a cura ou auxílio de tratamento da doença. As plantas são utilizadas e consideradas como uma importante fonte de biomoléculas com atividades farmacológicas, incluindo propriedades antitumorais, as quais são exploradas pelo cultivo celular de células cancerígenas. Entretanto, devido a diversidade de métodos existentes, não se sabe qual é o mais relevante e a necessidade de fazer mais de um. Por conseguinte, essa revisão sistemática tem como objetivo verificar quais os métodos de comprovação da citotoxicidade de plantas foram mais utilizados nas linhagens de câncer colorretal HT29 e HTC116. O estudo foi realizado em fevereiro de 2017, usando as bases eletrônicas: PubMed e Cochrane. Os seguintes termos foram pesquisados: "colorrectal cancer" e "medicinal plants", "HT29" e "HTC116" em associação com uma lista de termos sensíveis. Todos os artigos são de 2004 até 2016, em língua inglesa. Os critérios de exclusão foram os estudos in vivo, artigos não específicos de HT29 e HTC116 e artigos que não avaliaram preparações com plantas. Os títulos e abstracts de todos os artigos encontrados foram avaliados. Ao final, foram selecionados 78 artigos. Todos os artigos foram lidos e analisados em relação ao método de citotoxicidade que fora utilizado para comprovação da nocividade de uma respectiva planta. O método mais citado na busca foi o do MTT [3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium], sendo descrito em 44 artigos, e em 3 deles foi feito combinado com outros métodos. Foi encontrado em 2 artigos o método Sulforrodamina B, sendo que em um deles fora feito o método Western blot em conjunto. Além desse, mais 3 artigos utilizaram somente o método Western blot. Em 10 artigos foram encontrados o MTS [(3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-5-(3-carboxymethoxyphenyl)-2-(4-sulfophenyl)-2H-tetrazolium)], e um deles o Trypan Blue Dye Exclusion foi feito em conjunto. O último também foi feito em conjunto com o método Western blot em 1 dos artigos, e realizado sozinho em outros 5 artigos. Foram encontrados em 3 artigos o XXT [(2,3-bis-(2-methoxy-4-nitro-5-sulfophenyl)-2H-tetrazolium-5-carboxanilide)], em 3 o WST-1 (Water-soluble Tetrazolium salts) e em 3 o Cell Counting, os quais foram feitos sozinhos. Além disso, 6 artigos adotaram um método diferente dos citados. Em suma, o MTT mostra-se como o principal método de comprovação de citotoxicidade, estando presente na maioria dos artigos, já que é um método consagrado pela comunidade científica há vários anos. Nota-se, também, que não há necessidade de realizar mais de um método, já que na maioria dos artigos analisados, apenas um método foi suficiente para comprovação científica de citotoxicidade da substância. Além disso, o método Sulforrodamina B que mostra-se promissor na literatura, inesperadamente, foi encontrado apenas em poucos artigos, e por se tratar dos mais recentes, corrobora por ser um método novo que apresenta uma melhor metodologia, não produz resíduos tóxicos e tem o tempo de realização mais flexível por ser um composto estável ao contrário do MTT.


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