AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA DETOXIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA UNISC, INCLUINDO O SISTEMA PÓS-MICROALGAS E WETLANDS CONSTRUÍDOS, UTILIZANDO CERIODAPHNIA DUBIA RICHARD COMO BIOINDICADOR
Resumo
As atividades humanas são a principal fonte poluidora comprometendo a qualidade da água no meio ambiente, já que todo tipo de contaminantes advindos de esgotos domésticos e/ou industriais estão sendo liberados em sistemas lóticos e lênticos, em geral sem qualquer tipo de tratamento; sendo que este tema vem se tornando uma das principais preocupações e fórum de discussões nos dias de hoje. Neste contexto esta pesquisa objetivou avaliar a eficiência da detoxificação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE-UNISC), incluindo os sistemas Pós-microalgas e Wetlands Construídos da Universidade de Santa Cruz do Sul, utilizando o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia como bioindicador. O efluente da UNISC é basicamente composto por águas negras e amarelas advinda dos sanitários do campus. As amostras para ensaios ecotoxicológicos foram coletadas em dois pontos na ETE-UNISC, Tanque Equalizador que corresponde ao efluente Bruto (P1) e na Caixa de Inspeção correspondente ao efluente tratado (P2). Ainda, dois pontos de coleta no sistema Pós-microalgas (P3) e Wetlands Construídos (P4), que utilizam a macrófita aquática Hymenachne grumosa como agente de tratamento principal. O cultivo e manutenção dos organismos-teste bem como os ensaios agudos (sensibilidade) e crônicos foram realizados no Laboratório de Ecotoxicologia da UNISC. O efluente analisado apresentou valores de pH dentro dos padrões permissíveis de descarte ao corpo receptor, entre 5 a 9 conforme a resolução CONSEMA 128/2006. Os ensaios de sensibilidade dos organismos-teste com a substância de referência, Cloreto de Potássio (KCl) foram satisfatórios, permitindo a realização dos ensaios crônicos. Os resultados para 21 ensaios crônicos validados com o organismo-teste C. dubia nos pontos de amostragem, P1 e P2, correspondendo ao efluente bruto e tratado da ETE-UNISC, apresentaram características de um efluente Extremamente Tóxico. O ponto P3, correspondente às amostras do efluente tratado no sistema Pôs-microalgas (PMA), apresentou uma variação significativa, passando de uma condição de “extremamente tóxico” para uma faixa “medianamente tóxica” e outra sem toxicidade. Já o ponto P4, correspondente às amostras dos wetlands construídos (WC’s), apresentou apenas um ensaio classificado como “extremamente tóxico” e outros dois como “pouco tóxicos” e sem toxicidade, demonstrando uma maior eficiência no processo de detoxificação. Neste contexto, os resultados indicaram que a utilização do sistema Pós-microalgas + Wetlands construídos usando a macrófita Hymenachne grumosa, como uma tecnologia complementar aos sistemas de tratamento convencionais, torna-se altamente recomendável para a redução da carga poluidora de efluentes, representando uma alternativa promissora para a remoção de toxicidade de efluentes domésticos.
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