RISCO CARDIOVASCULAR E RESISTÊNCIA INSULÍNICA: UTILIZAÇÃO DOS ÍNDICES VAI, TG/HDL-C E TYG EM TRABALHADORES

Patrik Nepomuceno, Luíza Müller Schmidt, Marcelo Henrique Glänzel, Analie Nunes Couto, Miriam Beatrís Reckziegel, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


As doenças cardiovasculares constituem um importante problema de saúde pública no atual contexto brasileiro, visto que é responsável por um grande número de internações hospitalares e óbitos. Sendo assim, é necessário intensificar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. No entanto, nos dias atuais, dispomos de poucos recursos financeiros para estas ações, razão pela qual os diferentes índices para detecção de riscos se apresentam como um importante aliado neste âmbito, devido a sua praticidade e baixo custo. Os índices de adiposidade visceral (VAI) e triglicerídeos e colesterol HDL (TG/HDL-c), preditores do risco cardiovascular, e o índice triglicerídeos e glicose (TyG), relacionado com a resistência insulínica são pouco explorados em pesquisas brasileiras, na medida em que estão sendo validados para diferentes populações. O objetivo do presente estudo foi verificar a relação entre os índices VAI e TG/HDL-c e o índice TyG, preditores do risco cardiometabólico. Trata-se de um estudo transversal em que foram sujeitos 38 trabalhadores temporários que participaram do projeto de pesquisa “Novas Abordagens para o Diagnóstico de Doenças em Trabalhadores e Escolares”. Estes com idade média de 37,2±6,1 anos, sendo a maioria mulheres (68,4%). Foram coletados dados antropométricos e bioquímicos destes trabalhadores. Para este estudo, foram utilizadas as variáveis de índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), glicose (GLI), lipoproteína de alta densidade (HDL-c) e triglicerídeos (TG). A partir dos quais foram calculados os índices VAI, TG/HDL-c e TyG. Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva (média, desvio padrão e percentual) e analítica (correlação). Na caracterização dos sujeitos, foi possível detectar que estes possuem boa condição de saúde já que a maioria apresentou resultados adequados para CC (65,8%), GLI (73,7%), HDL-c (84,2%) e TG (73,7%). Na variável IMC, predominaram resultados inadequados, em que 55,3% dos trabalhadores apresentaram excesso de peso. Observou-se também correlação forte e estatisticamente significativa entre os índices VAI e TG/HDL-c e o TyG (R = 0,792 e 0,844, respectivamente, p = <0,01). A população estudada apresentou perfil de saúde adequado para CC, GLI, HDL-c e TG, entretanto com presença de excesso de peso. Cabe ressaltar a correlação forte e estatisticamente significativa entre os índices VAI e TG/HDL-c e o TyG, o que permite concluir a relação entre o índice de resistência insulínica e os índices preditores de doenças cardiovasculares. A partir deste estudo fica evidenciada a possibilidade de utilização destes índices na avaliação de risco em trabalhadores.

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