PADRONIZAÇÃO DE UMA TÉCNICA PARA DETECÇÃO DE POLIMORFISMO DO GENE BRAF EM PORTADORES DE CÂNCER DE COLORRETAL (CCR)

Silvio Augusto Ortolan, Maria Eduarda Puntel, Emelin Pappen, Jane Dagmar Pollo Renner, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


O tratamento individualizado e especializado do câncer é longo e caro, tendo um grande impacto econômico na sociedade. O CCR ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias de maior incidência no mundo, atrás apenas do câncer de pulmão e mama. Este tumor é responsável por cerca de 34.280 novos casos, representando 16.600 novos casos para o sexo masculino e 17.620 novos casos para o sexo feminino. O seu desenvolvimento depende de fatores de risco genéticos e ambientais. Alguns genes são responsáveis por controlarem a proliferação celular, a diferenciação e a apoptose. Estes genes sofrem mutações somáticas ou, em algum dos casos, sofrem alterações na linhagem germinativa, levando ao descontrole de todo o ciclo celular e, consequentemente, a formação do tumor. Os oncogenes NRAS, BRAF e KRAS apresentam cerca de 5%, 10% e 50%, respectivamente, de prevalência de mutações entre os tumores de CCR. O gene BRAF está localizado no braço longo do cromossomo 7. A mutação mais comum está localizada no éxon 15, acarretando uma alteração no aminoácido 600 (Glu>Val). Este gene codifica proteínas RAF da cascata de sinalização celular RAS/RAF/MEK/ERK, que regula o crescimento e apoptose celular.  Diante do exposto acima, o objetivo é padronizar e validar uma técnica de sequenciamento para identificação de mutações do gene BRAF em pacientes com CCR  do  vale do Rio Pardo, Rio Grande do Sul. Foi realizado um estudo transversal prospectivo. Foram incluídos pacientes acima de 18 anos, ambos os sexos, portadores de CCR. Uma amostra de 100 mg do tumor foi coletada durante a cirurgia para retirada do tumor, separada acondicionada em tampão EDTA (TE) e encaminhada para análise molecular. A extração do DNA foi realizada com o kit CPTBio DNA kit extraction. Foi utilizada uma amostra de 15 a 25 mg de da parte interna do tumor para a extração do DNA. A qualificação das amostras foi realizada por eletroforese e a quantificação foi realizada no equipamento NanoDrop 2000. A concentração final de DNA foi ajustada entre 50 a 100 ng/µL e estocada a -20 ºC até ser utilizada a reação em cadeia da polimerase (PCR). Para a padronização da PCR para amplificação do fragmento de 116 pb contendo a mutação de interesse, foram utilizados 150 ng de DNA e os seguintes reagentes: 1,5 mM de MgCl2, 0,26mM DNTPs, tampão 10x, 0,2mM de cada primer, e 0,5 U de TAQ DNA Polimerase (Promega). As condições de ciclagem foram: 95ºC 10’, 95ºC 30”56ºC 30”, 72ºC 45”. 72ºC 10’ por 38 ciclos. Após a amplificação, realizou-se a eletroforese em gel de agarose 1,5%, utilizando um padrão de peso molecular de 100pb para avaliar o procedimento. A purificação das amostras para sequenciamento de DNA foi realizada com uma solução de PEG 8000 20% com 2,5 M de NaCl e a análise deste procedimento foi realizado no equipamento NanoDrop 2000. A reação de precipitação e sequenciamento foi realizada conforme instruções do fabricante. Foram analisadas até o momento 12 amostras, onde obteve-se DNA de qualidade e quantidade suficiente para PCR.  Os produtos purificados apresentaram concentrações de DNA entre 35,3 e 43,1 ng/µL. A identificação das mutações será realizada   por sequenciamento automático no equipamento Genetic Analyzer 3500, utilizando polímero POP 7 na próxima etapa do desenvolvimento do trabalho. A identificação de mutações em BRAF é uma etapa fundamental para definição do esquema terapêutico no tratamento do CCR.

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