RELAÇÃO ENTRE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS, APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E PERFIL HEMATOLÓGICO DE ADOLESCENTES
Resumo
A obesidade, é uma epidemia que afeta mais de 41 milhões de crianças em todo mundo. Esta condição está diretamente ligada com o aumento da massa corporal (IMC) e podem influenciar no baixo desempenho da aptidão cardiorrespiratória (APCR). A obesidade pode colaborar também com alterações nos níveis de indicadores hematológicos, desenvolvendo variadas comorbidades, ou seja, quando os valores de glóbulos vermelhos, hemoglobina e hematócrito encontram-se elevados, os indivíduos se tornam mais propensos a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão, dislipidemias, diabetes mellitus tipo II, entre outros. Objetivou-se verificar se existe associação entre indicadores antropométricos, APCR e perfil hematológico de adolescentes. Estudo transversal, em que foram avaliados 1698 adolescentes (742 do sexo masculino) com idade entre 10 e 17 anos (idade média de 12,8 ± 2,0 anos), de escolas da rede pública (estadual e municipal) e particular de Santa Cruz do Sul-RS. A avaliação antropométrica foi realizada, utilizando-se os seguintes parâmetros: IMC e circunferência da cintura (CC). O IMC foi obtido através das medidas de peso e estatura e a CC foi avaliada por meio de fita métrica inelástica, considerando como referência a parte mais estreita do tronco entre as costelas e a crista ilíaca. Para o teste de aptidão cardiorrespiratória (APCR), foi utilizado o teste de corrida/caminha dos 6 minutos, em pista atlética previamente demarcada, de acordo com o protocolo estabelecido pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). Em seguida, foi realizada a coleta de sangue total, que foram armazenadas em tubos contendo EDTA. A análise foi realizada em equipamento automatizado Sysmex XS800i, logo após a coleta. Para reconhecimento do perfil hematológico dos adolescentes, foram avaliados os seguintes parâmetros: leucócitos (WBC), eritrócitos (RBC), hemoglobina (HBC), hematócrito (HCT) e amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW). A associação entre as variáveis contínuas foi testada por meio da correlação de Pearson. Foram considerados significativos os valores de p<0,05. Nos meninos, identificou-se relação fraca entre IMC com RBC (r=0,293; p<0,001) e com HCT (r=0,271; p<0,001). A CC também demonstrou associação fraca com estas duas variáveis hematológicas (RBC: r=0,311; p<0,001; HCT: r=0,291; p<0,001). Os níveis de APCR estiveram associados, também de forma fraca e direta, com HBC (r=0,224; p<0,001) e HCT (r=0,258; p<0,001). Para o sexo feminino, os níveis de WBC associaram-se, de forma fraca, com IMC (r=0,208; p<0,001) e com CC (r=0,185; <0,001). Os resultados obtidos no presente estudo evidenciam relação positiva entre o perfil hematológico dos adolescentes com as variáveis antropométricas e APCR, principalmente em adolescentes do sexo masculino.
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