EFEITOS DA PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA SOBRE A CAPACIDADE DE EXERCÍCIO EM SUJEITOS ACOMETIDOS POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Resumo
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela limitação persistente e progressiva do fluxo aéreo, com efeitos pulmonares e extrapulmonares resultantes de repercussões sistêmicas, tais como alterações cardíacas, comorbidades e intolerância ao exercício. A utilização de métodos não invasivos, como a pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) em sujeitos acometidos por DPOC, consiste na aplicação expiratória, com o propósito de manter uma pressão positiva nas vias aéreas dando suporte ventilatório e reduzindo a carga e o trabalho dos músculos respiratórios, aliviando a dispneia, reduzindo a frequência respiratória e melhorando a oxigenação arterial. Objetivou-se avaliar os efeitos da EPAP sobre a tolerância ao exercício em portadores de DPOC. Estudo transversal randomizado que avaliou 19 portadores de DPOC de moderado a muito severo através do teste de caminhada de seis minutos (TC6m) em 2 momentos, sendo estes TC6m isolado (G1) e TC6m com EPAP (G2). Foram analisadas no repouso (5 minutos), durante o TC6m e recuperação pós teste (após descartar-se o 1º minuto) a saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), BORG-esforço (BORG-e), BORG-dispneia (BORG-d), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e duplo produto (DP). Utilizou-se análise de variância para estimar a diferença dentro dos grupos e teste t de Student para a diferença entre os grupos. Nível de significância: p=0,05. Houve predominância do sexo masculino (73,7%), idade adulta (63,7±7,4 anos) e volume expiratório forçado no primeiro segundo 44,9±21,9 %predito. Dentro e em ambos os grupos: durante o TC6m verificou-se aumento da FC (G1: p=0,002; G2: p=<0,001), do BORG-d (G1: p=0,003; G2: p=0,016), do DP (G1: p=0,002; G2: p<0,001) e redução da SpO2 (G1: p=0,018; G2: p<0,001) que recuperou-se pós o termino do teste [G1: SpO2 (p=0,006); G2: SpO2 (p=0,003)]. Somente G2 recuperou significativamente a FC (p=0,030) pós teste. Diferenças significativas também foram observadas entre os grupos: no repouso para a SpO2 (G1=94,1±18 vs G2=95±2,1, p=0,002) e FR (G1=19±4,6 vs G2=17,2±4,1, p=0,046); e na recuperação pós TC6m para a FR (G1=21,6±3,1 vs G2=19,8±4,8, p=0,025). Entretanto, não houve diferença significativa para distância percorrida em metros e %predito no TC6m, BORG-e e PAD tanto no repouso, quanto durante e recuperação pós teste. O uso do EPAP de 5cmH2O, apesar de não influenciar na tolerância ao exercício, causa efeito positivo na SpO2 e FR de repouso e proporciona atenuada melhora na recuperação da FC e SpO2 pós TC6m.
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