CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM HOSPITAL DA REGIÃO SUL DO BRASIL
Resumo
O envelhecimento tem sido foco de pesquisas em virtude da redução da taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida da população idosa. O envelhecimento populacional ocasiona alterações fisiológicas que os tornam mais suscetíveis às doenças crônicas, o que pode impactar na redução da capacidade funcional e acelerar a vulnerabilidade. A existência de doença de base associada à internação hospitalar e ao próprio envelhecimento aumenta a morbidade. A hospitalização é um evento crítico na vida dos idosos e acarretam implicações como mudanças na qualidade de vida, declínio funcional, institucionalização e até a morte. Assim, a deficiência funcional tornou-se um forte indicador de morbidade e mortalidade em idosos. Faz-se importante a avaliação da Capacidade Funcional (CF) durante o período de hospitalização, com o intuito de detectar uma possível perda funcional, pois tal fato provoca danos em sua autonomia e aumenta a probabilidade de incapacidade funcional, o que pode interferir em sua morbidade bem como em suas Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) . Nesse sentido, nosso estudo objetivou comparar a capacidade funcional entre idosos hospitalizados e hígidos. A CF é a base de uma avaliação geriátrica eficiente e permite classificar os idosos quanto aos níveis de realização de suas atividades. Para realização da pesquisa foi utilizado um estudo transversal que avaliou idosos de ambos os sexos hospitalizados sob condição não cirúrgica (Grupo Hospitalizado – GH, n = 16) e idosos hígidos (Grupo Controle – GC, n = 35). A CF foi avaliada através do questionário Basic Activities of Daily Living (BADL), que mensura o nível de independência em seis atividades de vida diária. Como resultados apresenta-se uma uma amostra (n = 51) com idade média de 70,7 ± 7,3 anos e IMC de 26,2 ± 3,6 Kg/m2. A mediana do tempo total de internação e do tempo de internação até a data da avaliação dos pacientes foi de 13 (mínimo 6, máximo 64) e 7 (mínimo 2, máximo 31) dias, respectivamente. Os resultados encontrados evidenciaram que idosos hospitalizados apresentaram redução da Capacidade Funcional GH (escore de 4,6±1,8) em relação ao GC (escore de 5,8±0,3) (p=0,008). Na amostra avaliada, idosos hospitalizados apresentaram declínio da capacidade funcional. Tal achado pode ser devido à perda de mobilidade devido à permanência prolongada no leito, bem como aos efeitos mórbidos das causas da internação hospitalar.
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