A fisioterapia na rede de saúde está se consolidando perante a inserção do profissional nas equipes interdisciplinares. Na Saúde Coletiva com a implementação de recursos terapêuticos na educação e promoção em saúde, na prevenção à instalação de sequelas advindas das doenças crônicas e outros agravos, esta participação é primordial. A International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) é a ferramenta que relaciona a avaliação funcional das pessoas com enfoque no contexto biopsicossocial, envolvendo demandas biológicas, psicológicas e sociais. O Checklist da ICF na Saúde Coletiva foi elaborado a partir de consensos sucessivos e aplicado nos campos de Estágios da Fisioterapia na Saúde Coletiva, tendo a participação de quatro fisioterapeutas docentes no campo de estágio, com experiência no cuidado na Atenção Primária. Objetivou-se apresentar o Checklist da ICF na Saúde Coletiva como ferramenta do fisioterapeuta para reconhecer a funcionalidade e incapacidade das pessoas assistidas. O processo de elaboração do Checklist da ICF na Saúde Coletiva foi realizado em etapas: formação do grupo, reconhecimento e discussão dos conceitos da versão ICF Portuguesa, de 2004, nivelamento no modelo teórico e utilização do Checklist Clínico da ICF em aproximação com os Core Sets da ICF publicados. O modelo piloto de Checklist foi utilizado como ferramenta para o levantamento de demandas, na correlação com os instrumentos de avaliação funcional e no gerenciamento do plano de ação. Por consenso, fisioterapeutas, estagiários e bolsistas, elegeram os componentes e categorias, representados nos códigos do Checklist. Estes códigos são os de maior representação da funcionalidade e incapacidade das pessoas, cujos conteúdos descrevem os componentes da ICF: funções do corpo (b), estrutura do corpo (s), atividades e participação (d), e fatores ambientais (e). A saturação dos códigos foi identificada pela repetição e aproximação dos resultados dos instrumentos de avaliação funcional e o linking com a ICF. Na primeira versão de 2015, obteve-se 152 códigos até o segundo nível de categorias. Novas rodas de discussão, fisioterapeutas, acadêmicos e bolsistas ajustaram nas categorias, com ênfase nos componentes da função do corpo e atividade e participação, incluídos 54 códigos, em 2016, segunda versão, relacionadas as subcategorias de terceiro e quarto nível. Em 2017, novas correlações com instrumentos de avaliação funcional somaram 16 códigos. A revisão crítica do conjunto de categorias apresentou uma carência na abordagem dos componentes atividade e participação e fatores ambientais, realizada nova leitura da ICF, acrescido da releitura dos Core Sets,  incluindo-se novos códigos aos componentes, representados no Checklist, versão atual, com 212 códigos, distribuídos por componentes: 76 códigos função do corpo; 34 códigos estruturas do corpo; 62 códigos atividades e participação; 40 códigos fatores ambientais. O Checklist da ICF na Saúde Coletiva está implementado no processo de acompanhamento de pessoas assistidas pelos Estágios em Fisioterapia na Saúde Coletiva, o que permite a avaliação funcional na correlação com a funcionalidade e incapacidade, reconhecendo o instrumento no raciocínio clínico para abordagem integral ao autocuidado, promoção, prevenção e tratamento das pessoas assistidos em visitas domiciliares, atendimentos ambulatoriais e atividades de grupo, junto às Estratégias de Saúde da Família.