Este resumo apresenta e discute os resultados parciais da pesquisa “Docência, Etnomatemática e Práticas Educativas” (2017 – 2018), em especial no que se refere às ações realizadas no primeiro semestre do corrente ano. O objetivo central do estudo é compreender como se constitui a docência para aprender e ensinar matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF). Apoiados nos estudos que estabelecem interlocuções entre Docência, Etnomatemática e Práticas Educativas, a pesquisa assume uma dimensão qualitativa em que o conjunto de materiais serão tratados a partir de uma inspiração discursiva, onde as práticas de ensino de matemática(s) serão consideradas como práticas educativas, por isso regradas, reguladas/controladas. Assim, estamos interessados em discutir as seguintes questões: Como se produzem os discursos sobre a docência para ensinar matemática nos AIEF? Como as práticas educativas incidem na constituição da docência nos AIEF? Quais relações existentes entre os discursos sobre a docência e as práticas educativas? Com base nesses referenciais, considera-se como material de pesquisa: o Projeto Pedagógico dos Cursos (PPC) do ano de 2017 de Pedagogia e os Planos de Ensino do componente curricular matemática dos Cursos de Pedagogia (2001-2016) das universidades envolvidas no projeto. Além desse material, também serão envolvidos documentos que abordam a docência com a matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF), como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os Cadernos do Pacto Nacional na Idade Certa (PNAIC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (DCNP). Em 2017/1, na revisão de literatura, realizamos um mapeamento de produções de pesquisa, o que nos permitiu estabelecer interlocuções entre o estudo proposto com outras produções de pesquisa já concluídas. Como resultado do exame das produções encontradas, neste momento, apresentamos uma análise daquelas que se referem à Docência e Etnomatemática. No que diz respeito à Docência, os estudos discutem que a questão não está apenas na elevação dos índices estatísticos, mas com uma docência que questione os jogos de verdade que têm produzido professores e alunos para ensinarem e aprenderem a partir de determinadas práticas e condutas que dizem sobre concepções de conhecimento, de matemática e de ensino de cada época e espaço. No que se refere à Etnomatemática, destacamos que há uma vasta produção que estabelece interlocuções sem exclusões entre diferentes autores e correntes teóricas. Embora haja uma significativa produção de pesquisa nesse campo, não há uma definição unânime dos conceitos e objetos da Etnomatemática. Deste modo, pensamos na possibilidade de existência de muitas matemáticas, e, com isso, nos é possível problematizar os discursos da matemática acadêmica que a legitima como única, universal, branca, urbana, eurocêntrica e masculina. Isto que usualmente chamamos de matemática talvez seja um modo muito particular de raciocinar, de pensar o mundo, muitas vezes colocado como única forma de ‘ser inteligente’ nas escolas ou até mesmo no exercício da docência.