RESPEITO À DIVERSIDADE E TOLERÂNCIA ÀS DIFERENÇAS: INCLUSÃO NO JORNAL ZERO HORA

Amanda Cappellari, Caroline da Rosa Couto, Bruno Granata, Betina Hillesheim

Resumo


Tento em vista a proliferação de discursos que produzem a inclusão como um imperativo (todos devem incluir!) e como uma verdade inquestionável, objetiva-se, neste trabalho, apresentar as discussões provenientes da pesquisa Inclusão e mídia: uma análise do jornal Zero Hora, que investiga os modos pelos quais a discursividade sobre inclusão é produzida na mídia impressa, tomando-se dois marcadores: inclusão e relações com a diferença; inclusão e políticas públicas. A escolha pelo jornal Zero Hora como materialidade de análise se deu em função de sua ampla circulação diária no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entendendo-o como um dispositivo pedagógico que educa e produz subjetividades. Usando-se os conceitos foucaultianos de discurso, poder e governamentalidade como ferramentas de inteligibilidade para a pesquisa, recortaram-se as reportagens que versavam sobre inclusão no caderno principal do referido jornal, entre os meses de abril de 2015 e dezembro de 2016. Aqui, serão discutidos os dados referentes ao marcador inclusão e relações com a diferença, mediante uma análise geral das reportagens de 2016. Para melhor visualização do material de análise, agruparam-se as reportagens que possuíam temáticas semelhantes. Nesse sentido, 41 reportagens se relacionam a inclusão de pessoas com deficiência, com destaque ao esporte como prática inclusiva, 37 se referem a questões de gênero, visibilizando desigualdades e construindo espaços de afirmação das diferenças, 15 aludem a etnia e diferenças culturais, 12 tratam sobre inclusão através de ações de solidariedade, mostrando que todos e cada um precisam fazer sua parte para um mundo melhor, e 21 dizem de outras questões (pobreza, inclusão digital, histórias de sucesso...). Foram contabilizadas, portanto, 126 reportagens, matérias, colunas ou comentários que fazem um entrelaçamento entre inclusão e diferença. Nessa análise não foram acrescidas as propagandas inclusivas anunciadas através do jornal, considerando seu caráter repetitivo e de ausência de informações. Diante dos discursos presentes no jornal, percebe-se que a inclusão deve acontecer em todos os espaços: em escolas, universidades, casas de acolhimento, prefeituras, nas redes sociais, na literatura, em eventos de empreendedorismo; e que todos devem ser agentes da inclusão e possibilitar visibilidade às desigualdades. Apelos para o respeito à diversidade e tolerância às diferenças são constantes, atravessados também por exemplos de ações, estratégias ou condutas inclusivas, que servem de modelo para a população.


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