Biocombustível é o termo genérico que se refere a diversos materiais de origem biológica com possibilidade de uso como fonte de energia. O uso moderno da biomassa oferece um leque muito mais amplo de possibilidades assim permitindo a diminuição da dependência por recursos não renováveis e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Os materiais lignocelulósicos são os materiais orgânicos mais abundantes da biosfera, são compostos principalmente por celulose, hemicelulose e lignina, mediante pré-tratamentos, para disponibilizar a fração sacarídica na forma de açúcares fermentescíveis. Assim, objetivou-se pesquisar o potencial de produção de etanol a partir das amostras de caule, raiz e talo de tabaco. Resíduos de tabaco da região do Vale do Rio Pardo foram lavados com água corrente e secos em estufa a 50°C até secarem totalmente. Na sequência, as amostras passaram por um processo de moagem e separação granulométrica. Determinou-se o teor de proteínas e cinzas. Para retirada de impurezas extraíveis em água, as amostras passaram por tratamento em água (15 g para 250 mL) em banho-maria sob fervura por quatro horas. As amostras foram filtradas e secas a 70°C até peso constante. A hidrólise com ácido concentrado (HAC) foi utilizada para  determinar o conteúdo lignocelulósico das amostras e foi realizada conforme Sluiter, 2010. A HAC foi realizada com 0,3 g de amostra e 3 mL de ácido sulfúrico a 72%, colocado em banho-maria na temperatura de 30°C por uma hora, em seguida a solução ácida foi diluída a 4% com água deionizada (84 mL) e autoclavado a 121°C por mais um hora. Após retirou-se uma alíquota de hidrolisado e a fase sólida foi filtrada, lavada e seca até peso constante. O hidrolisado foi analisado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). A análise foi realizada com relação ao conteúdo de glicose, xilose e arabinose. A coluna utilizada foi Rezex RHM-Monosaccharide H+ (Phenomenex), fase móvel água ultrapura, com um fluxo de 0,6 mL min^-1 e temperatura do forno de 85°C. Os resultados encontrados para as amostras de caule e de raiz de tabaco após a hidrólise com ácido concentrado, demonstram que há potencialidade para a produção de açúcares a partir destas biomassas. O total de açúcares obtido, incluindo os açúcares extraíveis em água do caule da amostra 1 foi de 44% e da amostra 2 foi de 40,2%. A partir da raiz o resultado foi muito próximo ao encontrado para os caules. Tanto o caule como a raiz apresentam de 40 a 45% de açúcares produzidos a partir do material lignocelulósico contido nas amostras. Assim pode-se concluir que, tanto o caule como a raiz de tabaco, são matérias-primas potenciais para a produção de açúcares fermentescíveis, com relação ao talo as informações encontradas não foram conclusivas. O volume destes materiais residuais é grande no sul do Brasil e portanto há um potencial de desenvolvimento da indústria a partir dos mesmos.