PENETRAÇÃO DE CLORETOS EM CONCRETOS COM E SEM ADIÇÃO DE PRODUTOS DE PROTEÇÃO NAS PRIMEIRAS IDADES

João Víctor Pereira Abdalla, Maurício Angelo Kohls, Hedelvan Emerson Fardin, Cibelle Melo Holzschuh, Cassia Paula Gabe, Camila Crauss

Resumo


Os parâmetros mais usuais para escolha de um concreto para determinada estrutura é a sua resistência à compressão e a limitação da relação água/cimento (a/c) e, em alguns casos mais específicos, o seu módulo de elasticidade. As duas primeiras características citadas são limitadas por normas de projetos de estruturas de concreto e estão relacionadas entre si. A relação a/c está diretamente ligada à resistência mecânica do concreto, quanto menor for esta relação maior será a resistência. As variáveis que influenciam a resistência do concreto também irão influenciar nas suas características de durabilidade, e assim, de certa forma, a afirmação de que “um concreto resistente é um concreto durável” pode ser uma boa aproximação. A relação a/c também influencia diretamente na durabilidade do concreto. Quanto menor for esta relação menor será o volume e a interconectividade dos poros no concreto, e desta forma, mais difícil será a entrada de agentes agressivos para o interior do material. Um dos principais mecanismos de deterioração do concreto é o ataque por íons cloreto. Estes íons não atacam o concreto em si, mas as armaduras de aço que estão contidas em seu interior, desencadeando o processo de corrosão (reação expansiva) e assim provocando fissuras e lascamentos que acabam acelerando ainda mais o processo de deterioração. O estudo da penetração de íons cloreto permite a previsão do tempo necessário para que esses íons atravessem a camada de concreto e alcancem as armaduras. O ataque por íons cloreto é especialmente agressivo, pois os íons não são consumidos nas reações de corrosão do aço, funcionando como catalisadores e ficando disponíveis para novas reações. A utilização de produtos de proteção adicionados ao concreto no momento da sua mistura é uma boa alternativa para redução da porosidade deste concreto, dificultando a entrada de agentes agressivos, incluindo os íons cloreto. Os produtos estudados nesta pesquisa são cristalizantes que tem como ação a cristalização de compostos dentro dos poros deixados pela hidratação do cimento, e assim, promove o refinamento da rede de poros. Os materiais para a confecção dos concretos (areia, brita 1 e cimento CP IV-32) são facilmente encontrados e largamente utilizados na região, eles foram ensaiados e caracterizados mostrando conformidade para utilização em concretos. O objetivo do trabalho é a avaliação da penetração de íons cloreto pelo método de imersão em concretos com e sem a adição de produtos de proteção cristalizantes. O ensaio consiste em submergir amostras de concreto em água com cloreto de sódio em concentração semelhante a água do mar. Para cada idade de ensaio são retiradas da solução e rompidas para que seja possível medir a profundidade de penetração da solução salina nas amostras. Os dois produtos estudados mostraram ser capazes de refinar a rede de poros demostrando redução da profundidade de penetração de cloretos nos concretos para as primeiras idades.  Mais resultados serão analisados para idades mais avançadas de submersão. 


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