PENETRAÇÃO DE CLORETOS EM CONCRETOS COM E SEM ADIÇÃO DE PRODUTOS DE PROTEÇÃO NAS PRIMEIRAS IDADES
Resumo
Os parâmetros mais usuais para escolha de um concreto para determinada estrutura é a sua resistência à compressão e a limitação da relação água/cimento (a/c) e, em alguns casos mais específicos, o seu módulo de elasticidade. As duas primeiras características citadas são limitadas por normas de projetos de estruturas de concreto e estão relacionadas entre si. A relação a/c está diretamente ligada à resistência mecânica do concreto, quanto menor for esta relação maior será a resistência. As variáveis que influenciam a resistência do concreto também irão influenciar nas suas características de durabilidade, e assim, de certa forma, a afirmação de que “um concreto resistente é um concreto durável” pode ser uma boa aproximação. A relação a/c também influencia diretamente na durabilidade do concreto. Quanto menor for esta relação menor será o volume e a interconectividade dos poros no concreto, e desta forma, mais difícil será a entrada de agentes agressivos para o interior do material. Um dos principais mecanismos de deterioração do concreto é o ataque por íons cloreto. Estes íons não atacam o concreto em si, mas as armaduras de aço que estão contidas em seu interior, desencadeando o processo de corrosão (reação expansiva) e assim provocando fissuras e lascamentos que acabam acelerando ainda mais o processo de deterioração. O estudo da penetração de íons cloreto permite a previsão do tempo necessário para que esses íons atravessem a camada de concreto e alcancem as armaduras. O ataque por íons cloreto é especialmente agressivo, pois os íons não são consumidos nas reações de corrosão do aço, funcionando como catalisadores e ficando disponíveis para novas reações. A utilização de produtos de proteção adicionados ao concreto no momento da sua mistura é uma boa alternativa para redução da porosidade deste concreto, dificultando a entrada de agentes agressivos, incluindo os íons cloreto. Os produtos estudados nesta pesquisa são cristalizantes que tem como ação a cristalização de compostos dentro dos poros deixados pela hidratação do cimento, e assim, promove o refinamento da rede de poros. Os materiais para a confecção dos concretos (areia, brita 1 e cimento CP IV-32) são facilmente encontrados e largamente utilizados na região, eles foram ensaiados e caracterizados mostrando conformidade para utilização em concretos. O objetivo do trabalho é a avaliação da penetração de íons cloreto pelo método de imersão em concretos com e sem a adição de produtos de proteção cristalizantes. O ensaio consiste em submergir amostras de concreto em água com cloreto de sódio em concentração semelhante a água do mar. Para cada idade de ensaio são retiradas da solução e rompidas para que seja possível medir a profundidade de penetração da solução salina nas amostras. Os dois produtos estudados mostraram ser capazes de refinar a rede de poros demostrando redução da profundidade de penetração de cloretos nos concretos para as primeiras idades. Mais resultados serão analisados para idades mais avançadas de submersão.
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