APLICAÇÃO DE FT-IR PARA QUANTIFICAÇÃO DE ATIVIDADE ANTIOXIDANTE PELO MÉTODO DPPH EM FARINHA DE MANDARINA
Resumo
As frutas cítricas protagonizam o mercado da fruticultura no Brasil. Anualmente, o país produz cerca de 960 mil toneladas de tangerinas também conhecidas como mandarinas (Citrus reticulata). No entanto, a citricultura brasileira destina a maior parte de sua produção para a indústria de sucos gerando quantidade significativa de resíduo ao longo de sua cadeia produtiva. Entre os benefícios promovidos pelo consumo de mandarinas destaca-se o combate ao estresse oxidativo, uma propriedade relacionada aos compostos antioxidantes presentes na fruta. A partir do fruto obtêm-se a farinha do vegetal. No produto permanecem os compostos que têm potencial antioxidante, tornando possível a utilização do vegetal pulverizado na produção de massas para panificação que trarão benefícios ao consumidor. Nesse sentido, este trabalho objetivou aplicar a Espectroscopia de Absorção Molecular no Infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR) para quantificar atividade antioxidante em farinha de mandarina. Foram analisadas, em triplicata, farinhas produzidas a partir de mandarinas provenientes de três cidades do Vale do Rio Pardo por meio do ensaio de eliminação de radicais DPPH (2,2-Difenil-1-Picril-Hidrazil). Inicialmente foram preparados extratos de cada amostra de farinha suspendendo-se 3 g de amostra em 50 mL de mistura etanol:água (7:3, PH 2,0 com HCl) por 24 h, seguida por filtração para a preparação de extratos de farinhas puras e de misturas. Alíquota de 40µL de extrato de farinha foi misturada com 1.360 µL da solução de DPPH 9,64 x 10 -3 mM em etanol:água (7:3, pH 2,0 com HCl) e incubou-se durante 40 minutos no escuro. Após, foi monitorado o decréscimo na absorbância da solução resultante em espectrofotômetro UV/Vis, no comprimento de onda 517nm. Posteriormente, as mesmas amostras de farinha foram analisadas por FT-IR via Reflectância Total Atenuada (ATR), em 4000-650 cm-1, com 8 pulsos de varredura e cm-1 de resolução. Os espectros foram normalizados pela amplitude, pré-processados por centragem na média e correlacionados com a atividade antioxidante via Mínimos Quadrados Parciais (PLS). As amostras, obtidas a partir de diferentes partes do fruto (casca, bagaço e polpa) apresentaram em média 11,15 ± 6,86% de atividade antioxidante. Quando expressa em equivalentes de ácido gálico (EAG) (mM /100 g), as atividades antioxidantes variaram de 0,11 a 19,35 EAG mM/100g. A análise por Componentes Principais indicou que com nove PCs foi possível alcançar a variância de 99,57%. O modelo PLS/ATR/DPPH foi otimizado empregando nove fatores em que apresentou coeficiente de correlação R2 = 0, 999946 e erro quadrático médio padrão de validação cruzada RMSECV = 0, 48 mM /100 g de EAG. Dessa forma, o modelo comprovou ser preditivo para a análise da atividade antioxidante de farinha de mandarina.
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