AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE BAIXO CUSTO MULTIFUNCIONAL, INTEGRANDO ALGAS/SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS (SAC’S), PARA REMEDIAÇÃO DE ÁGUAS NEGRAS DOMICILIARES, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS

Vanessa Rosana Ribeiro, Samanta Oliveira, Adriana Düpont, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


O efluente da Estação de Tratamento de Esgoto da Universidade de Santa Cruz do Sul (ETE/UNISC) - RS é constituído por águas negras provenientes dos sanitários do campus universitário, que possui uma população flutuante de 8.000 alunos/semestre, visando remover nutrientes e matéria orgânica, através da utilização do reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB) mais Biofiltro Aerado Submerso (BAS). Complementando este desenho convencional de tratamento, foi instalado um sistema integrado de baixo custo e multifuncional de tratamento de efluentes urbanos com algas e wetlands construídos com fluxo vertical descendente (SAC’s), utilizando como suporte a macrófita aquática  Hymenachne grumosa (capim-canivão), na tentativa de implementar uma alternativa de remediação mais limpa para águas residuais. Neste contexto, visando determinar a eficiência da detoxificação e da remoção de nutrientes deste sistema integrado (algas + SAC’s), do ponto de vista da ecotoxicologia, amostras de água residual estão sendo coletadas para a realização de testes de toxicidade utilizando como organismo bioindicador o microcrustáceo Daphnia magna, seguindo a norma brasileira ABNT nº 12713/2004. Em síntese, os ensaios consistem em expor fêmeas com menos de 24 horas de idade a diferentes concentrações e em duplicatas da amostra, por um período de 48 horas, calculando, assim, a CE (I)50% 48h (Concentração Efetiva Inicial Mediana, concentração no início do ensaio que causa efeito agudo a 50% dos organismos em 48h), baseados na mortalidade e/ou imobilidade dos organismos testados. Ainda, é realizado mensalmente ensaios de sensibilidade dos organismos em relação à substância de referência, Cloreto de Potássio. Os resultados indicaram uma média (± desvio-padrão) de CE(I)50% 24 horas igual a 0,66 ± 0,11 mg L-1 (Coeficiente de Variação, CV = 16,7%), valor que se enquadra dentro da faixa ideal para a CE(I)50% da substância de referência, de 0,60 mg L-1 a 0,93 mg L-1, que corresponde aos limites de controle (dois desvios-padrão), validando, desta forma, a realização de testes ecotoxicológicos. Desde julho de 2018, amostras do efluente estão sendo coletadas para avaliação da toxicidade, sendo dois pontos de amostragem, o primeiro na entrada do sistema convencional ETE/UNISC (efluente bruto), e o segundo corresponde a amostras tratadas do sistema integrado de Algas e Wetlands construídos, visto que ambas serão coletadas em duplicatas para assim garantir a replicação dos ensaios em caso de invalidação. Os resultados serão apresentados e discutidos durante o Seminário de Iniciação Científica - SIC 2018.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.