TEMPO DE TELA, APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E RISCO METABÓLICO EM ESCOLARES

Kauan Pedroso Pinto, João Francisco de Castro Silveira, Cézane Priscila Reuter, Jane Dagmar Pollo Renner, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


A prática regular de atividade física é capaz de prevenir o risco metabólico, uma vez que influencia positivamente na redução de fatores de risco que favorecem o desenvolvimento de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, reduzindo assim a qualidade e expectativa de vida. Adolescentes brasileiros são tipificados por apresentarem hábitos sedentários e alimentação inadequada, apresentando elevada prevalência de alterações metabólicas e reduzida aptidão cardiorrespiratória. Indivíduos que dispendem maior tempo em frente à televisão ou ao computador apresentam maior predisposição ao desenvolvimento de disfunções. Dessa forma, o presente estudo objetivou avaliar a associação entre o tempo de tela e a aptidão cardiorrespiratória, de modo isolado e agrupado, com a presença de risco metabólico em escolares. Trata-se de estudo transversal realizado com 1.200 crianças e adolescentes, estudantes da rede pública e privada do município de Santa Cruz do Sul – RS, sendo a amostra composta por 600 crianças e adolescentes. A aptidão cardiorrespiratória (APCR) foi avaliada através do Teste Corrida/Caminhada de Seis Minutos e o Tempo de Tela (TT) por sua vez, foi avaliado através de um questionário autorreferido pelo estudante. As variáveis TT e APCR foram unificadas para análise de forma agrupada, gerando quatro categorias: (I) baixo tempo de tela/apto (II) baixo tempo de tela/inapto (III) elevado tempo de tela/apto e (IV) elevado tempo de tela/inapto. Para a avaliação do risco metabólico foi calculado o escore de risco metabólico (ERM), somando-se os parâmetros do escore Z. Os dados foram avaliados através do software SPSS (v. 23.0, IBM, Armonk, NY, USA), sendo a caracterização da amostra realizada através de estatística descritiva (frequência absoluta e relativa) e analítica através do teste de Qui-quadrado (p<0,05). Da amostra total de 600 escolares triados em 23 escolas do município de Santa Cruz do Sul - RS, 42,3% foi composta por indivíduos do sexo masculino e 57,7%, do sexo feminino. Foi evidenciada associação entre TT e APCR, com risco metabólico em adolescentes do sexo masculino, bem como associação significativa entre a relação TT e APCR (p=0,044), enquanto que no sexo feminino, não houve significância estatística em nenhuma das associações avaliadas (p=0,784). Em conclusão, foi evidenciada associação entre a presença de risco metabólico com baixos níveis de APCR nos escolares avaliados do sexo masculino, independentemente do tempo de tela, tanto no modo de avaliação isolado quanto no modo agrupado.

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