IMPLEMENTAÇÃO DE TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS E CONTROLE DE ESPÉCIES EXÓTICAS NA ADET, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

Resumo

A erosão excessiva é um dos problemas ambientais mais significativos em todo mundo, sendo as ações erosivas provocadas por água e vento responsáveis por cerca de 84% da extensão total da terra degradada no Planeta. A erosão física tende a prosseguir com maior rapidez quando há uma combinação de fatores como: inclinação no relevo, canal com alto fluxo de água em seu interior e degradação de matas nas margens dos corpos d’água. Uma das maneiras de reduzir este processo é recuperar a vegetação nos locais afetados e manter ao menos 30 metros de Área de Preservação Permanente (APP) (definidos por Lei) às margens dos recursos hídricos, promovendo a estabilidade do solo, o fluxo gênico de fauna e flora e proteção da biodiversidade. Somado a isso, controlar a proliferação de espécies exóticas como Pinus elliottii Engelm. (Pinaceae) e Hovenia dulcis (Thunb) (Rhamnaceae) em áreas degradadas é uma medida importante a ser tomada, pois estes organismos podem contribuir nos processos erosivos, uma vez que possuem relação de amensalismo com outras plantas, impedindo que espécies mais adequadas para contenção dessas áreas se estabeleçam no local.  O objetivo do presente estudo é estabilizar uma área que se encontra em estágio avançado de erosão, com cerca de 20 a 30 metros de distância entre margens, 400 metros de comprimento e aproximadamente 6 metros de profundidade; realizar o controle de indivíduos de Pinus que circundam o local e demarcar as margens de um arroio para adequação a Área de Preservação Permanente (APP). No ADET da Japan Tobacco Industry (JTI), localizada em Cerro Alegre Baixo, Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Realizou-se o corte de algumas árvores do gênero Pinus, com o auxílio de motosserra (operada por um funcionário da empresa) para a instalação de barreiras de contenção de sedimento e diminuição do fluxo de água. Instalou-se réguas de madeira com marcações a cada 10 centímetros em 4 barreiras para monitorar o índice de sedimentação e a eficácia destas. Os indivíduos de Pinus de maior diâmetro (> 50cm DAP) foram submetidos à técnica de Anelamento de Malpighi: esta técnica interrompe o fluxo do floema, impedindo que a matéria orgânica produzida pelos órgãos fotossintetizantes chegue até a raiz, ocasionando morte da raiz e consequentemente a morte da planta. Já para a demarcação das áreas de preservação ambiental mediu-se 30 metros a partir da barranca do arroio e instalou-se estacas marcando o final destes 30m; posteriormente foi elaborado um mapa contendo a área demarcada em que serão implementadas técnicas de reflorestamento como a nucleação e dispersão ativa de sementes nativas. Até o momento, foi constatado a eficácia dos Anéis de Malpighi no controle do Pinus e um começo de deposição de sedimentos nas barreiras. Como o estudo ainda é recente, não foi possível identificar mudanças significativas a nível de sucessão ecológica na APP. Entretanto, averiguou-se um grande potencial de recuperação nestas áreas, visto que há diversas espécies dispersoras de sementes no local e plantas de crescimento rápido ideais para recuperação de áreas degradadas.