CAPACIDADE FUNCIONAL E A CORRELAÇÃO DO VO2 ESTIMADO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Resumo
Capacidade funcional são os hábitos de vida diária que o indivíduo exerce no seu cotidiano, garantindo assim sua autonomia. Quando a capacidade funcional é afetada ou limitada, a qualidade de vida é prejudicada. O volume de oxigênio (VO2) que é a capacidade que o corpo possui de captar oxigênio no ar passando pelas vias aéreas superiores e chegando dentro dos pulmões através do sistema cardiovascular, sendo transformado em energia, está diretamente relacionada com os hábitos de vida diária. O VO2 pode ser alterado conforme a demanda que o corpo necessita, por exemplo na realização de exercícios físicos ou por fatores hereditários, capacidade física, gênero e idade, ainda por doença obstrutiva das vias aéreas. Objetivo-se analisar a correlação entre o consumo de VO2 e a capacidade funcional em indivíduos com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A metodologia do estudo foi transversal, do período de março a agosto de 2018, envolvendo indivíduos com DCNT oriundos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Arroio Grande, participantes do Programa Domiciliar de Reabilitação Respiratória. Foi aplicado o questionário Duke Activity Status Index, para obter VO2 através das atividades de vida diária, reconhecendo a capacidade funcional; espirometria para obtenção da função pulmonar, identificando obstruções das vias aéreas e manovacuometria para mensurar a Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx), reconhecendo fraqueza muscular inspiratória. Foram avaliados 6 pacientes, sendo 3 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com média de idade de 65,33±9,24 anos. A partir da aplicação dos instrumentos foi possível identificar que em relação ao Duke obtivemos VO2 de 28,9± 4,95 %; na espirometria VEF1 predito foi de 79± 15,1%; no manovacuometria verificamos para PImáx 64,8± 13,5 cmH2O e para PEmáx 83±10,8 cmH2O. Com base nos resultados obtidos podemos analisar através do Duke que o VO2 se apresentou de bom a regular para esta faixa etária dos participantes, numa correlação direta aos dados da espirometria que revela obstrução moderada das vias aéreas. Os resultados da manovacuometria demonstraram normalidade para a amostra, sem fraqueza na musculatura inspiratória. Assim, podemos concluir que a alteração/limitação de VO2 possui relação com a capacidade funcional, interferindo no desenvolvimento das atividades de vida diária e, consequentemente, afetando a qualidade de vida destes indivíduos assistidos pelo programa de reabilitação.
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