CAPACIDADE FUNCIONAL E A CORRELAÇÃO DO VO2 ESTIMADO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Sabrina Antonio de Souza, Camila da Silva Brinques, Tania Cristina Malezan Fleig

Resumo


Capacidade funcional são os hábitos de vida diária que o indivíduo exerce no seu cotidiano, garantindo assim sua autonomia. Quando a capacidade funcional é afetada ou limitada, a qualidade de vida é prejudicada. O volume de oxigênio (VO2) que é a capacidade que o corpo possui de captar oxigênio no ar passando pelas vias aéreas superiores e chegando dentro dos pulmões através do sistema cardiovascular, sendo transformado em energia, está diretamente relacionada com os hábitos de vida diária. O VO2 pode ser alterado conforme a demanda que o corpo necessita, por exemplo na realização de exercícios físicos ou por fatores hereditários, capacidade física, gênero e idade, ainda por doença obstrutiva das vias aéreas. Objetivo-se analisar a correlação entre o consumo de VO2 e a capacidade funcional em indivíduos com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A metodologia do estudo foi transversal, do período de março a agosto de 2018, envolvendo indivíduos com DCNT oriundos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Arroio Grande, participantes do Programa Domiciliar de Reabilitação Respiratória. Foi aplicado o questionário Duke Activity Status Index, para obter VO2 através das atividades de vida diária, reconhecendo a capacidade funcional; espirometria para obtenção da função pulmonar, identificando obstruções das vias aéreas e manovacuometria para mensurar a Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx), reconhecendo fraqueza muscular inspiratória. Foram avaliados 6 pacientes, sendo 3 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com média de idade de 65,33±9,24 anos. A partir da aplicação dos instrumentos foi possível identificar que em relação ao Duke obtivemos VO2 de 28,9± 4,95 %; na espirometria VEF1 predito foi de 79± 15,1%; no manovacuometria verificamos para PImáx 64,8± 13,5 cmH2O e para PEmáx 83±10,8 cmH2O. Com base nos resultados obtidos podemos analisar através do Duke que o VO2 se apresentou de bom a regular para esta faixa etária dos participantes, numa correlação direta aos dados da espirometria que revela obstrução moderada das vias aéreas. Os resultados da manovacuometria demonstraram normalidade para a amostra, sem fraqueza na musculatura inspiratória. Assim, podemos concluir que a alteração/limitação de VO2 possui relação com a capacidade funcional, interferindo no desenvolvimento das atividades de vida diária e, consequentemente, afetando a qualidade de vida destes indivíduos assistidos pelo programa de reabilitação.

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