A constante busca por saúde preventiva e melhora do condicionamento físico tem acarretado no aumento da prática de exercícios físicos em academias e, consequentemente, maior preocupação destes indivíduos com uma dieta mais equilibrada. É essencial um aporte nutricional adequado para que os praticantes de exercícios físicos alcancem os resultados almejados, uma vez que a ingestão adequada dos macronutrientes, tanto em quantidade quanto em qualidade, podem auxiliar na recuperação muscular, bem como na melhora do desempenho nas diferentes práticas esportivas. Objetivou-se avaliar a ingestão de macronutrientes e associá-la com a frequência e o tipo de exercício físico realizado por praticantes de academias do município de Santa Cruz do Sul/RS, Brasil. Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada com frequentadores de academias do município de Santa Cruz do Sul/RS, que praticavam apenas musculação e musculação associado a outro exercício físico. Para avaliar o consumo de macronutrientes, realizou-se 3 recordatórios alimentares de 24 horas, no qual dois eram referentes a dias de semana e um de final de semana, todos calculados utilizando-se o programa Dietwin®. Para avaliar a inadequação dos macronutrientes, utilizou-se os valores de referência de Acceptable Macronutrient Distribution Range do Institute of Medicine (IOM). Também se utilizou um questionário on-line para coleta dos dados, o qual continha questões sobre o tipo e a frequência de exercícios físicos praticados pelos frequentadores das academias. As informações obtidas foram analisadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0. A presente pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da UNISC (CAAE: 66969817.0.0000.5343, parecer 2.020.070). A amostra do estudo foi composta por 39 indivíduos, de ambos os sexos, com idade média de 32,56±10,95 anos. Em relação à dieta, o consumo de carboidrato apresentou-se abaixo por 85,0% da amostra, 75,0% estava ingerindo lipídeos excessivamente e 95,0% deles apresentavam uma ingestão de proteína adequada. Dentre os frequentadores de academias avaliados, 23,1% afirmaram praticar somente musculação e 76,9 % realizavam essa modalidade associada com outro tipo de exercício físico. Em relação à frequência da prática, 12,8% praticavam de 1-2 vezes na semana, 59,0% de 3-4 vezes na semana, 28,2 % de 5-6 vezes na semana. Quando associada à dieta com o tipo de exercício e a frequência, apenas a ingestão de lipídeos, associou-se, significativamente, com o exercício realizado na academia (p= 0,019), no qual os indivíduos que faziam musculação, associada a outra modalidade esportiva, apresentaram maior prevalência de consumo excessivo de lipídios (83,3%). A frequência da prática de exercícios físicos na academia também se associou, significativamente, com o consumo de macronutrientes (p= 0,012), no qual 82,6% dos indivíduos que praticavam exercícios físicos de 3-4 vezes por semana apresentavam ingestão excessiva de lipídeos. No presente estudo, foi possível verificar, consumo excessivo de lipídeos entre os praticantes de exercícios físicos que foi associado ao tipo e a frequência de exercício físico realizado na academia.