PERFIL DO USUÁRIO COM DIABETES TIPO II ATENDIDO PELO AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA UNIVATES

Augusto Ely Johann, Paola Iana Fucks Veiga, Alessandro Menna Alves, Camila Furtado de Souza, Luís Cesar de Castro, Cássia Regina Goetler Medeiros

Resumo


As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são altamente prevalentes na sociedade moderna. Nesse contexto, o Diabetes mellitus tipo II (DM II) é uma das quatro DCNT de maior impacto mundial. Isso se reflete em altas taxas de morbimortalidade bem como no comprometimento de verbas públicas significativas para realização de tratamento e reabilitação de usuários com patologias que poderiam ter sido evitadas ou amenizadas se práticas de tratamento e prevenção fossem resolutivas. Visto a importância de investigar este tema, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil epidemiológico de pacientes com DM II que foram encaminhados ao serviço de endocrinologia de um ambulatório especializado. A pesquisa foi transversal e documental. A coleta de dados foi realizada com a utilização de um instrumento elaborado pelo pesquisador e teve como fonte os prontuários eletrônicos dos pacientes. Foram incluídos no estudo 38 pacientes residentes em Lajeado, que foram encaminhados ao serviço de endocrinologia para o tratamento de DM II, no ano de 2017. A análise estatística foi realizada no SPSS versão 24.0. Os resultados demonstraram que 60,5% eram mulheres, 97,4% eram brancos e 63,2% não viviam com companheiros (solteiros, viúvos, divorciados ou separados). A idade média foi de 62,7+-12,4 anos. O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 33,35 +-7,4kg/m2, correspondendo a obesidade de grau I. Do total de pacientes, 13,15% foram encaminhados por profissionais da Atenção Básica e 86,8% foram encaminhados por outros especialistas do mesmo serviço. A especialidade que mais encaminhou pacientes foi a nefrologia (34,2%), seguida pela cardiologia (21%) e gastroenterologia (15,7%). A média da glicemia de jejum dos pacientes foi de 177,76+- 71,06 mg/dl, já a mediana da hemoglobina glicada foi de 7,6%, ambos excedendo as metas estabelecidas pelas diretrizes brasileiras de DM II. Em relação à pressão arterial, estavam fora da meta 57,9% pacientes. Foram identificados, na primeira consulta, 6 tipos diferentes de hipoglicemiantes utilizados pelos usuários, sendo que 85,71% estão na lista da relação municipal de medicamentos (REMUME) de Lajeado e na lista da Farmácia Popular (FP);4,76% são disponibilizados somente pela FP e 9,52% não fazem parte de nenhuma das listas. Dos 36 pacientes em tratamento, 57,89% utilizam somente hipoglicemiantes orais; 23,68% utilizam somente insulina e 13,15% utilizam hipoglicemiantes orais e insulina associados. Dois pacientes não utilizam nenhum medicamento hipoglicemiante. Tratam HAS 84,21% dos pacientes, sendo que mais da metade utiliza três ou mais anti-hipertensivos diariamente. A avaliação da função renal, a partir do cálculo da taxa de filtração glomerular - CKD EPI, foi estabelecida para 36 pacientes (94,73%). Como resultado, verificou-se que os estágios de doença renal mais prevalentes foram: estágio 4(16,66%), estágio 3B (8,33%), estágio 3A (30,55%), estágio 2 (16,66%) e estágio 1 (27,7%). Com isso, conclui-se que a maioria dos pacientes com DM II que consultou em 2017 com endocrinologista, no ambulatório de especialidades da Univates, foi encaminhado por outros especialistas do próprio serviço. O perfil glicêmico desses pacientes assemelha-se com o dos pacientes com DM II atendidos pelo sistema público brasileiros, ou seja, apresentavam níveis de glicemia acima da meta.


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