PERFIL DO USUÁRIO COM DIABETES TIPO II ATENDIDO PELO AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA UNIVATES
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são altamente prevalentes na sociedade moderna. Nesse contexto, o Diabetes mellitus tipo II (DM II) é uma das quatro DCNT de maior impacto mundial. Isso se reflete em altas taxas de morbimortalidade bem como no comprometimento de verbas públicas significativas para realização de tratamento e reabilitação de usuários com patologias que poderiam ter sido evitadas ou amenizadas se práticas de tratamento e prevenção fossem resolutivas. Visto a importância de investigar este tema, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil epidemiológico de pacientes com DM II que foram encaminhados ao serviço de endocrinologia de um ambulatório especializado. A pesquisa foi transversal e documental. A coleta de dados foi realizada com a utilização de um instrumento elaborado pelo pesquisador e teve como fonte os prontuários eletrônicos dos pacientes. Foram incluídos no estudo 38 pacientes residentes em Lajeado, que foram encaminhados ao serviço de endocrinologia para o tratamento de DM II, no ano de 2017. A análise estatística foi realizada no SPSS versão 24.0. Os resultados demonstraram que 60,5% eram mulheres, 97,4% eram brancos e 63,2% não viviam com companheiros (solteiros, viúvos, divorciados ou separados). A idade média foi de 62,7+-12,4 anos. O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 33,35 +-7,4kg/m2, correspondendo a obesidade de grau I. Do total de pacientes, 13,15% foram encaminhados por profissionais da Atenção Básica e 86,8% foram encaminhados por outros especialistas do mesmo serviço. A especialidade que mais encaminhou pacientes foi a nefrologia (34,2%), seguida pela cardiologia (21%) e gastroenterologia (15,7%). A média da glicemia de jejum dos pacientes foi de 177,76+- 71,06 mg/dl, já a mediana da hemoglobina glicada foi de 7,6%, ambos excedendo as metas estabelecidas pelas diretrizes brasileiras de DM II. Em relação à pressão arterial, estavam fora da meta 57,9% pacientes. Foram identificados, na primeira consulta, 6 tipos diferentes de hipoglicemiantes utilizados pelos usuários, sendo que 85,71% estão na lista da relação municipal de medicamentos (REMUME) de Lajeado e na lista da Farmácia Popular (FP);4,76% são disponibilizados somente pela FP e 9,52% não fazem parte de nenhuma das listas. Dos 36 pacientes em tratamento, 57,89% utilizam somente hipoglicemiantes orais; 23,68% utilizam somente insulina e 13,15% utilizam hipoglicemiantes orais e insulina associados. Dois pacientes não utilizam nenhum medicamento hipoglicemiante. Tratam HAS 84,21% dos pacientes, sendo que mais da metade utiliza três ou mais anti-hipertensivos diariamente. A avaliação da função renal, a partir do cálculo da taxa de filtração glomerular - CKD EPI, foi estabelecida para 36 pacientes (94,73%). Como resultado, verificou-se que os estágios de doença renal mais prevalentes foram: estágio 4(16,66%), estágio 3B (8,33%), estágio 3A (30,55%), estágio 2 (16,66%) e estágio 1 (27,7%). Com isso, conclui-se que a maioria dos pacientes com DM II que consultou em 2017 com endocrinologista, no ambulatório de especialidades da Univates, foi encaminhado por outros especialistas do próprio serviço. O perfil glicêmico desses pacientes assemelha-se com o dos pacientes com DM II atendidos pelo sistema público brasileiros, ou seja, apresentavam níveis de glicemia acima da meta.
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