PREVALÊNCIA DO USO DE CHUPETAS EM CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL (RS)

Karoline de Oliveira Almeida, Raquel Biergayer, Julia Dal Molin Limberger, Renita Baldo Moraes, Alana Beatriz Redel Pfeifer, Thiago Machado Ardenghi

Resumo


O uso de chupeta pode interferir negativamente na vida da criança, favorecendo o desmame precoce, pois pode levar o recém-nascido a recusar o peito ou aumentar o espaçamento entre as mamadas; predispondo a ocorrência de mordida aberta anterior, devido ao desequilíbrio das estruturas bucais pelo uso frequente e prolongado; e podendo também impactar negativamente sobre o desenvolvimento da fala quando usada de forma inadequada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças devem ter aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade, e devem evitar o uso de bicos artificiais ou chupetas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência do uso de chupeta, e fatores associados, em crianças de 2 a 5 anos de idade, matriculadas em Escolas Municipais de Ensino Infantil (EMEIs), na área urbana do município de Santa Cruz do Sul, RS. Para isso, foi realizado um estudo transversal, após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC e com o consentimento dos pais/responsáveis. A coleta de dados foi realizada de abril a novembro de 2016. Foi aplicado um questionário socioeconômico aos responsáveis com dados referentes à renda familiar, escolaridade dos pais e hábitos da criança. O uso da chupeta foi avaliado através da questão “Seu filho usa ou já usou chupeta?”, e opções de resposta “Não, nunca usou”, “Sim, ainda usa”, e “Sim, usou até _ anos”. Para a análise dos dados, o uso de chupeta foi categorizado em não (“Não, nunca usou”) e sim (“Sim, ainda usa” e “Sim, usou até _ anos”). Participaram dessa pesquisa 460 crianças, sendo que dessas, 446 pais ou responsáveis responderam as questões referentes ao uso de chupeta. A maioria das crianças (67,9%) usou ou ainda usava chupeta. O uso de chupeta não esteve associado ao sexo da criança ou a renda familiar. Os filhos de mães que trabalhavam fora do lar apresentaram maior prevalência de uso de chupeta (70,4%) quando comparadas com as crianças em que as mães relataram não trabalhar fora do lar (60%). Além disso, crianças em que a mãe tinha escolaridade igual ou superior a 9 anos apresentaram maior prevalência de uso de chupeta (71,7%) do que as crianças em que suas mães tinham até 8 anos de estudo (58%). Entretanto, a análise ajustada não mostrou associação significativa entre ocupação, escolaridade materna e uso de chupeta. Conclui-se que existe uma alta prevalência do uso de chupeta entre os pré-escolares de Santa Cruz do Sul, e considera-se que esses resultados possam contribuir com o planejamento de ações preventivas, abordando fatores de risco comum, que favoreçam o desenvolvimento integral da criança.


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