CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS SOBRE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam a maior parte das demandas do sistema público de saúde brasileiro, tendo as Doenças Cardiovasculares (DCVs) e a Diabetes Mellitus (DM) como as mais prevalentes, representando de 60 a 80% dos atendimentos No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada ano morrem cerca de 17,7 milhões de pessoas por conta de doenças cardiovasculares, o que significa 31% de todas as mortes no planeta. As principais causas são a má alimentação, inatividade física, consumo exagerado de tabaco e estresse diário. Baseado nessas perspectivas epidemiológicas, é necessário que os profissionais das diferentes áreas da saúde conheçam as necessidades desses indivíduos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre as DCVs. Este trabalho foi desenvolvido pelo grupo multidisciplinar chamado “Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Sistemas de Saúde (GEDESS)” iniciou no primeiro semestre de 2018 o projeto “Avaliação de processos e práticas implementados na rede de atenção às pessoas com doenças cardiovasculares e diabetes mellitus”, o qual é formado por professores e estudantes dos cursos de Enfermagem, Odontologia, Medicina, Farmácia e Fisioterapia. A pergunta norteadora desta revisão foi “Qual é o conhecimento dos cirurgiões dentistas sobre doenças cardiovasculares?”. Para realizar a busca dos artigos, foram utilizados os termos “cardiovascular disease” ou “doenças cardiovasculares”, “dentist” ou “dentistas”, e “conhecimento” ou “knowledge”, nas bases de dados PubMed, Scielo, Web of Science e Scopus, obtendo um total de 159 artigos, excluindo os repetidos, ficaram 133. Então foram lidos os títulos e excluídos os que eram em idiomas diferentes de inglês ou português, os relatos de caso e artigos que não tinham relação com a pergunta principal proposta, restando 39 artigos. Depois dessa exclusão, foram lidos os resumos dos estudos restantes, fazendo uma nova eliminação, deixando 17 artigos para serem lidos completamente. Durante a realização desta revisão sistemática foram encontrados diversos dados sobre o conhecimento dos dentistas, envolvendo a tomada de decisões envolvendo terapias, como a profilaxia antibiótica, sendo realizada de maneira desnecessária e a alta prevalência de estudos com enfoque em endocardite infecciosa e periodontite. Outro dado importante que vale ressaltar é a falta de padronização do instrumento de pesquisa utilizado, todos os artigos lidos foram escritos baseados em pesquisas feitas com cirurgiões dentistas e todos utilizaram questionários para a realização desta coleta de dados. Percebeu-se uma variação muito grande na forma em que as pesquisas foram realizadas e como os questionários foram elaborados. Sendo uma das principais dificuldades realizar a análise e organização dos dados obtidos, visto que não existe uma padronização no instrumento de pesquisa utilizado para a realização dos estudos. Os resultados parciais demonstram como existe uma grande diferença na hora de efetuar a profilaxia antibiótica antes da realização de procedimentos invasivos, há profissionais que optam por fazer em todos os casos e outros não. Do mesmo modo muitos cirurgiões dentistas avaliam seu conhecimento sobre DCVs como alto e ressaltam a importância de saber identificar doenças orais e sistêmicas.
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