AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE SORO DE QUEIJO ADICIONADO AO DILUENTE DE SÊMEN SUÍNO
Resumo
Visando ganhos econômicos, garantia de fertilidade e otimização do tempo dos produtores, as técnicas de inseminação artificial (IA) vem sendo amplamente utilizadas como alternativa à monta natural. Para que o sêmen seja utilizado em inseminação artificial, emprega-se o uso de diluentes com a finalidade de manter as características de motilidade, metabolismo, capacitação e fertilização. Com o intuito de inibir contaminações nas doses de sêmen e a transmissão de doenças através da inseminação, conta-se com o uso de antimicrobianos nas doses inseminantes, ação que vem sendo reprimida em países da Comunidade Europeia e Américas. Diversas novas moléculas e compostos vêm sendo pesquisados com o intuito de substituir o uso de antimicrobianos, contudo ainda não se identificou uma solução ideal. O microencapsulamento de moléculas com atividade antimicrobiana pode otimizar o uso destes agentes bioativos, podendo otimizar a concentração de moléculas a serem utilizadas e possibilitar a liberação do composto ativo em um local de ação (drug delivery). O objetivo deste trabalho é testar a viabilidade do soro de queijo como matriz para elaboração das microcápsulas. Para tanto, é necessário determinar se o material a ser trabalhado possui efeito citotóxico ao espermatozoide suíno. Foram utilizadas amostras (n = 5) de sêmen suíno coletados em rotina em granja comercial em Estrela, RS. Foram testadas a adição ao sêmen de diferentes concentrações de soro de queijo em pó e particulado (diferentes manipulações do soro). Os tratamentos foram: 0% (controle negativo), 0,1%; 0,5%; 1%; 2% 5%; 10% e 20% (p/v). Foram avaliados os seguintes parâmetros de movimento espermático: motilidade total, motilidade progressiva e motilidade localizada. A análise de motilidade foi realizada utilizando um sistema computadorizado (AndroVision, Minitube). Os dados estatísticos foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey, assumindo alfa de 5%. Foi observado que tanto o soro de queijo em pó quanto o particulado não alteraram os parâmetros de motilidade quando adicionados até 10% (p/v). Quando adicionado 20%, houve uma redução de 90% (demais tratamentos) para 42% da motilidade total (P < 0.01). Conclui-se que a adição de soro de queijo em pó e particulado ao sêmen suíno diluído não apresenta efeito deletério para a motilidade espermática quando utilizado até 10%. Novos experimentos com citometria de fluxo estão em andamento para confirmar a segurança do uso deste aditivo ao sêmen suíno.
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