AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE SORO DE QUEIJO ADICIONADO AO DILUENTE DE SÊMEN SUÍNO

Anna Flávia Tischer da Silva, Claucia Fernanda Volken de Souza, Ana Júlia Führ, Tayná Naue Lopes, Ivan Cunha Bustamante Filho

Resumo


Visando ganhos econômicos, garantia de fertilidade e otimização do tempo dos produtores, as técnicas de inseminação artificial (IA) vem sendo amplamente utilizadas como alternativa à monta natural. Para que o sêmen seja utilizado em inseminação artificial, emprega-se o uso de diluentes com a finalidade de manter as características de motilidade, metabolismo, capacitação e fertilização. Com o intuito de inibir contaminações nas doses de sêmen e a transmissão de doenças através da inseminação, conta-se com o uso de antimicrobianos nas doses inseminantes, ação que vem sendo reprimida em países da Comunidade Europeia e Américas. Diversas novas moléculas e compostos vêm sendo pesquisados com o intuito de substituir o uso de antimicrobianos, contudo ainda não se identificou uma solução ideal. O microencapsulamento de moléculas com atividade antimicrobiana pode otimizar o uso destes agentes bioativos, podendo otimizar a concentração de moléculas a serem utilizadas e possibilitar a liberação do composto ativo em um local de ação (drug delivery). O objetivo deste trabalho é testar a viabilidade do soro de queijo como matriz para elaboração das microcápsulas. Para tanto, é necessário determinar se o material a ser trabalhado possui efeito citotóxico ao espermatozoide suíno. Foram utilizadas amostras (n = 5) de sêmen suíno coletados em rotina em granja comercial em Estrela, RS. Foram testadas a adição ao sêmen de diferentes concentrações de soro de queijo em pó e particulado (diferentes manipulações do soro). Os tratamentos foram: 0% (controle negativo), 0,1%; 0,5%; 1%; 2% 5%; 10% e 20% (p/v). Foram avaliados os seguintes parâmetros de movimento espermático: motilidade total, motilidade progressiva e motilidade localizada. A análise de motilidade foi realizada utilizando um sistema computadorizado (AndroVision, Minitube). Os dados estatísticos foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey, assumindo alfa de 5%. Foi observado que tanto o soro de queijo em pó quanto o particulado não alteraram os parâmetros de motilidade quando adicionados até 10% (p/v). Quando adicionado 20%, houve uma redução de 90% (demais tratamentos) para 42% da motilidade total (P < 0.01). Conclui-se que a adição de soro de queijo em pó e particulado ao sêmen suíno diluído não apresenta efeito deletério para a motilidade espermática quando utilizado até 10%. Novos experimentos com citometria de fluxo estão em andamento para confirmar a segurança do uso deste aditivo ao sêmen suíno.

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