APRENDIZAGENS INTERCULTURAIS COM OS GUARANI EM DIÁLOGO COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Feliciano Siqueira de Paula Vargas, Ana Luisa Teixeira de Menezes

Resumo


Objetivamos com este resumo, apresentar as reflexões resultantes do projeto de pesquisa Aprendizagens interculturais com os Guarani: produção de conhecimentos ameríndios para a educação das infâncias, aprovado pelo Edital Universal CNPq 2016, vinculado ao Departamento de Psicologia e ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEdu, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Buscamos  investigar e aprofundar a compreensão dos modos de viver das crianças Guarani, a partir de visitas e vivências em aldeias do Estado do Rio Grande do Sul, nos municípios de Barra do Ribeiro, Estrela Velha e Cachoeira do Sul. Nosso desafio consiste em abordar a experiência das infâncias guaranis como uma forma de aprendizagem, estabelecendo um diálogo intercultural com os professores e alunos da Educação Básica. Tendo em vista esse objetivo, optamos pela metodologia da pesquisa participante e fenomenológica. Promovemos o contato entre professores da Educação Básica e a cultura Guarani através de eventos como o Círculo de Cultura, mediado pela empresa Mercur e professores do PPGEdu, o Seminário Imagens e palavras nas aprendizagens interculturais com os Mbyá Guarani, o curso Ead Aprendizagens Interculturais e Pertencimento na Educação, em parceria com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação - CRE, além da mediação de visitas às aldeias. Os diversos diálogos estabelecidos  entre indígenas e educadores nas aldeias, na universidade e na empresa MERCUR têm provocado sistematizações e reflexões que problematizam princípios, metodologias e didáticas de nossas escolas. Temos discutido com muita frequência e intensidade acerca de temas como a conexão com a natureza, o respeito como elemento básico das relações humanas, a vida interior e a espiritualidade, aspectos muito presentes na cultura guarani e negligenciados em nosso meio. Dessa forma, os encontros interculturais têm provocado inovações na forma de dar aula e de pensar a educação na relação entre mundos tão distintos como o nosso, que segue uma lógica imediatista e obedece a um sistema capitalista, e o dos guarani, que se baseia em lógicas do princípio biocêntrico e da espiritualidade, respeitando a individualidade e potencialidades de cada um. A partir desses encontros, torna-se possível uma quebra de muitos paradigmas em nossos métodos de educação. Surge uma consideração pelas necessidades específicas de cada criança e pela diversidade religiosa dentro da escola, melhorando a convivência e a aceitação do aluno na sua integralidade. Muitas vezes, temos chegado a conclusões simples de atitudes, e tão pouco vivenciadas, a serem tomadas dentro do ambiente escolar, atitudes que promovam o diálogo, o respeito e a aceitação, como a biodança, meditação e outras páticas que podem ser feitas dentro da sala de aula, bem como podem estar presentes nos planejamentos curriculares dos cursos.


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