CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DE IDOSOS RURAIS EM SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
As pesquisas acerca do envelhecimento têm crescido nos últimos anos. No entanto, é possível visualizar que a maioria delas ocorre com sujeitos da área urbana, o que, por consequência, deixa idosos do meio rural à margem de pesquisas. (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2016) O território brasileiro é heterogêneo, ou seja, apresenta singularidades que são menos investigadas; a exemplo disso, encontra-se o processo de envelhecimento no meio rural. Tavares et. al. (2016) afirmam que este meio pode apresentar algumas dificuldades significativas, como pobreza, isolamento social, educação e condições de trabalho mais precárias, restrição do acesso ao transporte e distância dos recursos sociais e de saúde. Nesse sentido, o presente trabalho se propõe a conhecer mais sobre as condições de vida e investigar a relação entre educação, profissão e renda dos idosos rurais de SCS. A fim de conhecer mais esses sujeitos, está sendo realizada uma pesquisa quanti-qualitativa pela Universidade de Santa Cruz do Sul, com o intuito de verificar as condições socioeconômicas dos idosos, assim como as representações sociais da velhice. Os distritos rurais de Santa Cruz do Sul abrangidos pelo estudo são: Alto Paredão, Boa Vista, Monte Alverne, São Martinho, Saraiva, São José da Reserva e Rio Pardinho, tendo como amostra 10% da população de idosos de cada localidade com idades que variaram entre 60 e 92 anos. O estudo possui natureza descritiva exploratória e os resultados foram trabalhados pelo software SPSS 18.0 para análise estatística. Dentre os 232 respondentes, 62,1% afirmaram possuir até 04 anos de estudos, sendo que apenas quatro pessoas deste universo possuem 12 anos ou mais de escolaridade. A pesquisa revelou também que 85,3% dos sujeitos disseram que a profissão exercida na maior parte da vida esteve relacionada à agricultura. A renda gira em torno de até um salário mínimo para 41, 8% dos respondentes, entre um e dois salários mínimos para 46,1% dos idosos. Um fato importante é que apenas 0,9% afirmaram possuir renda maior que quatro salários mínimos. A baixa escolaridade dos idosos de SCS, aliada a índices de renda e à profissão, dizem respeito a um tempo em que a prioridade do jovem, hoje idoso, era compor a força de trabalho do núcleo familiar de origem, buscar o sustento em atividades agrícolas e posteriormente constituir sua própria família, por meio do casamento. Conforme Santos, Lopes e Neri (2007), a educação cria oportunidades, e a falta dela ocasionalmente estabelece barreiras na busca por melhorias e qualidade de vida. Dessa forma, se olharmos para a realidade que nos é apresentada, constatamos que a baixa escolaridade pode estar relacionada às condições de vida desses sujeitos. Portanto, tal conjuntura contribui para que o idoso do meio rural esteja não apenas caracterizado por diversidades, mas também marcado por desigualdades sociais, visto que, a educação exerce papel inquestionável na autonomia e na independência dos indivíduos, assim como possibilita o acesso a melhores condições socioeconômicas.
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