Esta escrita se constitui como um recorte da pesquisa intitulada “Educação e Biopolítica no Brasil”, vinculada ao Programa de Pós Graduação (Mestrado) em Educação. Neste recorte busca-se problematizar as escritas produzidas por sujeitos em comentários de notícias que abordam a temática dos Direitos Humanos. Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é efetivada como fonte de valores universais a serem seguidos. Essa declaração marca a passagem de uma soberania, antes de ordem divina, agora correspondente ao estado democrático que assegura ao homem direitos inalienáveis a ele. A esfera biológica do sujeito é incluída em registros que controlam e calculam os níveis de saúde, por meio de políticas públicas, aqui compreendidas como biopolíticas. O que no modo soberano de poder era tido como "fazer morrer e deixar viver", se transforma em "fazer viver e deixar morrer". Este raciocínio descreve um modo de vida que, ao mesmo tempo que em que é emancipado pela existência de direitos, permanece dependente dos mecanismos de poder para que se efetive. A mídia é compreendida como um dispositivo que, narrando fatos, contribui para a produção da história que atravessa e constitui indivíduos. Como uma forma de comunicação, ela potencializa aquilo que se difunde na esfera pública e delineia o que é pauta de discussão da sociedade. Todos os discursos que circulam pela mídia têm respaldos de outros discursos, que, ao tomarem forma no campo midiático são reforçados, na medida em que passam a ocupar um lugar de visibilidade e importância no meio social. Se a mídia produz efeitos sobre o social, logo, este social está em uma relação com ela, validada através da interação dos indivíduos com as mídias, que é difundida principalmente pela internet. Os sujeitos que se integram ao meio virtual, se alinham quanto co-produtores e co-difusores dos conteúdos dispersados por ele; ao mesmo tempo em que estão sujeitos ao constante movimento de interpretação e reinterpretação daquilo que é noticiado, disputando constantemente um embate pelo estabelecimento da verdade. Os dados produzidos neste estudo foram produzidos a partir de comentários de notícias publicadas na internet no site G1 – O portal de notícias da Globo. Como critério de escolha das notícias determinou-se que estas seriam selecionadas de acordo com seu aparecimento na ferramenta de busca do site ao digitar o termo “Direitos Humanos”. Os comentários escolhidos foram aqueles que possibilitaram uma problematização acerca dos Direitos Humanos. Este estudo fundamenta-se nos pressupostos de autores pós-estruturalistas, tendo como foco o conceito de produção da verdade, apresentado por Michel Foucault. As verdades são produzidas por muitas esferas e dispositivos, dos quais fazem parte, por exemplo, a mídia e o discurso dos especialistas. São produzidos discursos que passam a ocupar o lugar de verdadeiros, direcionando o posicionamento de cada sujeito/grupo e criando redes de saberes, que se relacionam através do exercício do poder. Nesse sentido,  aquilo tido como verdade em determinado contexto é produzido historicamente, através de discursos que não são apenas a manifestação de um sujeito, mas sim, o lugar onde se encontra a  sua descontinuidade, onde se exterioriza uma rede de diferentes saberes que lutam pelo status de verdadeiros. Os sujeitos, assim, são efeitos destas relações de poder que se estabelecem nos jogos entre as verdades. Os resultados desde estudo são parciais