O Brasil se caracteriza como sendo o maior produtor de erva-mate (Ilex paraguariensis) do mundo e o Rio Grande do Sul possui cerca de 14.000 pequenas propriedades produtoras. A erva-mate possui diversos usos, porém a forma mais utilizada é para uso em chimarrão. Ela é composta de várias substâncias que influenciam no metabolismo humano. De forma geral, as adulterações acontecem ao adicionar, substituir ou remover ingredientes, tanto para reduzir custo de produção como para aumentar valor aparente, ao declarar informações incorretas na embalagem do alimento, replicar produto original e vender o produto furtado. As adulterações em alimentos são precedidas de oportunidade econômica, baixa probabilidade de detecção da fraude, logo, a erva-mate é suscetível a esta adulteração uma vez que no Brasil, ela tem prazo de validade em torno de 3 meses e a legislação somente define a necessidade de detecção de presença ou não de açúcar. O açúcar camufla a má aparência do produto e sua perda de sabor. Além disso, a presença de uma alta quantidade de açúcar na erva, aumenta o risco de contaminação microbiológica. A não declaração de adição de açúcar tem um grande impacto na saúde pública, sendo de alto risco para diabéticos. Neste sentido, visando a determinação da adulteração da erva-mate utilizou-se a técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) por adição de sacarose. O presente trabalho utilizou amostra de erva-mate previamente moída em moinho criogênico e foram realizados quatro experimentos nos quais, a dois deles foram adicionados uma solução de sacarose com 10% em relação ao seu peso inicial. Posteriormente, foi realizado o processo de secagem em estufa por 1h a 40°C. A cada 5 min, o dappen foi pressionado e homogeneizado. Esta etapa teve o objetivo de reproduzir a possível forma de adulteração realizada na indústria. Após a etapa de adição de sacarose foi realizada a preparação de amostra para análise por CLAE com detector de índice de refração. A preparação foi realizada pela conversão da sacarose em glicose e frutose utilizando a enzima invertase. Assim, o planejamento conteve amostras preparadas com e sem adição de invertase e com e sem adição de sacarose. Os resultados indicaram que na otimização do método foi possível encontrar 116,6% e 120,7 % de glicose e frutose para a recuperação de sacarose com e sem adição de invertase na preparação da amostra, respectivamente. Desta forma, foi possível constatar que o método por CLAE pode ser utilizado na análise de sacarose em erva-mate, no entanto há possibilidade de melhorar a recuperação empregando outra coluna cromatográfica de análises de açúcares, visando evitar sobreposição de impurezas na separação dos picos. O método pode ser utilizado sem a adição de enzima uma vez que houve o mesmo resultado para a extração com água.