A busca por novas tecnologias e materiais alternativos no ramo da construção civil tem aumentado gradativamente ao longo dos anos. Isso se deve à necessidade de tornar o processo construtivo mais eficiente e prático. A adição de pigmentos aos compostos cimentados, por exemplo, promove a redução da etapa de pintura, reduzindo custos e o tempo de execução. Paralelamente a busca por novas tecnologias e materiais, vem crescendo a mobilização em prol da sustentabilidade da construção, atraindo a atenção tanto de profissionais da área como de consumidores pelo mundo. Aliado a isso, surgiram pesquisas sobre a viabilidade do aproveitamento de resíduos tanto industriais como agrícolas, na fabricação de concretos e argamassas. O uso destes resíduos pode trazer ganhos de desempenho nos materiais, mas, principalmente, pode agregar um fator ambiental ao revalorizar um resíduo, dando a ele um destino nobre dentro da construção civil. Um dos principais resíduos utilizados para substituir parcialmente o cimento é a cinza obtida pela queima da casca de arroz para a geração de energia, que é muito comum na região sul do Brasil. Foram estudadas argamassas com adição de pigmento inorgânico a base de óxidos de ferro, em conjunto com a substituição do cimento Portland por diferentes teores de casca de arroz. A cinza de casca de arroz utilizada nas argamassas tem controle de queima e moagem, obtida através da queima em leito fluidizado para a obtenção de energia em uma indústria beneficiadora de arroz. Esta cinza é comercialmente conhecida como sílica de casca de arroz, devido a sua composição com teor de sílica maior que 90%, e tem uma distribuição granulométrica semelhante à do cimento utilizado. A caracterização por difração de raios x e fluorescência de raios x dessa cinza foram disponibilizadas pelo fabricante. Foram testadas as características dos materiais como o índice de finura e a massa específica do cimento, dos pigmentos e da cinza, a distribuição granulométrica, massa específica e massa unitária da areia. Os traços de argamassa foram confeccionados e curados conforme as indicações das normas de cada ensaio pelo período de 28 dias, e então foram então realizados ensaios de resistência mecânica por tração na flexão, absorção de água por capilaridade, massa específica no estado fresco e no estado endurecido, e teor de ar incorporado. Puderam-se relacionar as diferenças nas propriedades das argamassas com a modificação dos teores de cinza de casca de arroz. Já a diferença de coloração das argamassas com diferentes teores de substituição não interferiu de modo a inviabilizar o seu uso como argamassa colorida.