EMPREGO DE MICROALGAS PARA BIORREMEDIAÇÃO EM ÁGUAS/EFLUENTES E DESENVOLVIMENTO DE BIO PRODUTOS COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DA ALGÁCEA MICROALGA CHLORELLA SP
Resumo
As principais espécies cultivadas de microalgas pertencem aos gêneros Arthrospira (Spirulina) e Chlorella sp, sendo utilizadas como fontes de pigmentos para a indústria de cosméticos ou como suplementos proteicos para a alimentação humana e animal, com grande valor agregado como pigmentos e lipídios, em especial os lipídeos poli-insaturados como; C18-1, C18-2 e C18-3, carotenóides, ficobilinas e as clorofilas, podendo ser empregada também na produção de biodiesel. Através do cultivo e produção de biomassa de Chlorella sp, envolvendo etapas de extração, caracterização e quantificação do teor lipídico objetivou-se otimizar condições de cultivo e o teor de lipídios presentes na biomassa. Utilizou-se um fotobiorreator de bancada construído com três tubulações de 1m de comprimento e 100 mm de diâmetro. Os experimentos foram realizados com Chlorella sp com inoculo na concentração de 3x106 células mL-1 determinadas por contagem em câmara de Neubauer. Como nutriente foi utilizado N:P:K:Mg a 3 g L-1. O cultivo foi conduzido por 14 dias e a fase líquida da colheita foi centrifuga e a biomassa obtida ainda úmida foi transferida para bandejas de polipropileno onde a espessura da camada de biomassa não ultrapassou a 3 mm. Após processo de secagem em estufa com controle de temperatura de 45C° a 65C° até peso constante, configurando o processo de secagem laminar. A biomassa seca foi macerada, homogeneizadas e peneirada com peneira de 200 Mesh. Como a secagem pode levar a concentração de NPK junto a biomassa foi determinado o teor de cinzas a 550C° por 6 h. Os lipídios foram analisados por método Bligh Dyer seguido de analise por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas (Shimadzu GCMS-QP2010 Plus), empregando uma mistura padrão (Sigma) para a quantificação por padronização externa. O método cromatográfico empregado utilizou Coluna capilar ZB- WAX (30m x 0,25mm d.i. x 0,25 µm), Gás de arraste Hélio, Fluxo da coluna de mL min-1, injeção de 1 µL, modo de injeção Split (1:10), Temperatura do injetor 250°C, programação da temperatura do forno de 70°C 4°C min-1 até 240°C - 250°C 5 °C min-1, temperatura da fonte de ionização e da interface de 270°C e 260°C, respectivamente. Como resultado obteve-se de 262,5 L de cultivo, 226,5 g de biomassa seca em 15 bateladas, com uma média de 0,92 g L-1 dia-1, com um rendimento em óleo de 11,77% m/m. Foram obtidos 0,53 g L-1 %, menos biomassa e 1,83% m/m menos óleo do que em trabalhos anteriores onde a secagem não era em bandeja, porem a qualidade nutracêutica quanto a composição lipídica aumentou, obtemos para ácido palmítico 30,45 ± 0,25%, linoleico (Ômega 6) 43,15 ± 0,90% e linoleico (Ômega 3) 13,25 ± 0,95% em outros trabalhos com a mesma biomassa foi encontrado para ácido palmítico 29.58 ± 0,25%, linoleico (Ômega 6) 15.12 ± 0,90% e para linolênico (Ômega 3) não foi encontrada referência. Esta diferença pode estar relacionada a presença de NPK pois, o teor de Cinzas ficou em 26,25%. Desta forma, conclui-se que a biomassa apresenta na condição de cultivo um percentual baixo de lipídio, no entanto, com um perfil de ácidos graxos adequados ao consumo como suplemento alimentar, matéria prima cosmética e vitamínica e não como biodiesel.
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