EMPREGO DE MICROALGAS PARA BIORREMEDIAÇÃO EM ÁGUAS/EFLUENTES E DESENVOLVIMENTO DE BIO PRODUTOS COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DA ALGÁCEA MICROALGA CHLORELLA SP

Camilo Silva Teixeira, Giséle Alves, Eliana Betina Werlang, Franccesca Fornasier, Maiara Souza, Rosana de Cassia de Souza Schneider

Resumo


As principais espécies cultivadas de microalgas pertencem aos gêneros Arthrospira (Spirulina) e Chlorella sp, sendo utilizadas como fontes de pigmentos para a indústria de cosméticos ou como suplementos proteicos para a alimentação humana e animal, com grande valor agregado como pigmentos e lipídios, em especial os lipídeos poli-insaturados como; C18-1, C18-2 e C18-3, carotenóides, ficobilinas e as clorofilas, podendo ser empregada também na produção de biodiesel. Através do cultivo e produção de biomassa de Chlorella sp, envolvendo etapas de extração, caracterização e quantificação do teor lipídico objetivou-se otimizar condições de cultivo e o teor de lipídios presentes na biomassa. Utilizou-se um fotobiorreator de bancada construído com três tubulações de 1m de comprimento e 100 mm de diâmetro. Os experimentos foram realizados com Chlorella sp com inoculo na concentração de 3x106 células mL-1 determinadas por contagem em câmara de Neubauer. Como nutriente foi utilizado N:P:K:Mg a 3 g L-1. O cultivo foi conduzido por 14 dias e a fase líquida da colheita foi centrifuga e a biomassa obtida ainda úmida foi transferida para bandejas de polipropileno onde a espessura da camada de biomassa não ultrapassou a 3 mm. Após processo de secagem em estufa com controle de temperatura de 45C° a 65C° até peso constante, configurando o processo de secagem laminar. A biomassa seca foi macerada, homogeneizadas e peneirada com peneira de 200 Mesh. Como a secagem pode levar a concentração de NPK junto a biomassa foi determinado o teor de cinzas a 550C° por 6 h. Os lipídios foram analisados por método Bligh Dyer seguido de analise por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas (Shimadzu GCMS-QP2010 Plus), empregando uma mistura padrão (Sigma) para a quantificação por padronização externa. O método cromatográfico empregado utilizou Coluna capilar ZB- WAX (30m x 0,25mm d.i. x 0,25 µm), Gás de arraste Hélio, Fluxo da coluna de  mL min-1, injeção de 1 µL, modo de injeção Split (1:10), Temperatura do injetor 250°C,  programação da temperatura do forno de 70°C 4°C min-1 até 240°C - 250°C 5 °C min-1,  temperatura da fonte de ionização e da interface de 270°C e 260°C, respectivamente.   Como resultado obteve-se de 262,5 L de cultivo, 226,5 g de biomassa seca em 15 bateladas, com uma média de 0,92 g L-1 dia-1, com um rendimento em óleo de 11,77% m/m.  Foram obtidos 0,53 g L-1 %, menos biomassa e 1,83% m/m menos óleo do que em trabalhos anteriores onde a secagem não era em bandeja, porem a qualidade nutracêutica quanto a composição lipídica aumentou, obtemos para ácido palmítico 30,45 ± 0,25%, linoleico (Ômega 6) 43,15 ± 0,90% e linoleico (Ômega 3) 13,25 ± 0,95% em outros trabalhos com a mesma biomassa foi encontrado para ácido palmítico 29.58 ± 0,25%, linoleico (Ômega 6) 15.12 ± 0,90% e para linolênico (Ômega 3) não foi encontrada referência. Esta diferença pode estar relacionada a presença de NPK pois, o teor de Cinzas ficou em 26,25%. Desta forma, conclui-se que a biomassa apresenta na condição de cultivo um percentual baixo de lipídio, no entanto, com um perfil de ácidos graxos adequados ao consumo como suplemento alimentar, matéria prima cosmética e vitamínica e não como biodiesel.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.