O PLANO MAIS IDH: DO MUNICÍPIO À REGIÃO? GLOBALIZAÇÃO E PLANEJAMENTO NO MARANHÃO

Carlos Frederico Lago Burnett

Resumo


Com os mais baixos Indicadores deDesenvolvimento Humano do país, apesar da rica diversidade socioambiental doseu território, o Maranhão vive, há décadas, na periferia da expansãocapitalista brasileira. Após a proposta da SUDENE de transformação da região em“celeiro do Nordeste”, as terras públicas foram leiloadas a partir de 1969 eapropriadas por grandes empresas, desestruturando a pequena produção rural eproduzindo bolsões de pobreza urbana. Reinserido, através do Programa GrandeCarajás, na divisão internacional do trabalho sob os ditames da globalização, oEstado passou a oferecer expressivas isenções fiscais para receberinvestimentos em mineração e agronegócio voltados para o mercado exterior,consolidando um padrão de empreendimento com tecnologia de ponta, alto consumode recursos naturais e baixa oferta de postos de trabalho. Agravando conflitoscom comunidades tradicionais, comprometendo o meio ambiente e alimentandocorrentes migratórias, o modelo dos enclaves assumiu, até recentemente, oprotagonismo das políticas de desenvolvimento no Maranhão. Divulgado comoinversão de tais prioridades, o Plano Mais IDH, uma das primeiras medidas donovo Governo do Maranhão, tem foco na qualificação das condições de vida edinamização da produção e do consumo em 30 municípios mais pobres do Estado,através de ações nos campos da Educação, Saúde e Renda, mas ainda é umaincógnita: entre a dependência econômica da exportação de commodities e aconsolidação política do novo grupo no poder, há espaço para o Plano setransformar em um consistente projeto de desenvolvimento socioeconômico para o Maranhão?Palavras-Chave:Maranhão;Globalização; Enclaves; Desenvolvimento; Planejamento Regional

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ISSN 2447-4622